Papa Bento 16 apela por tolerância para com migrantes

Em mensagem de Natal pontífice cita Honduras e pede paz para Oriente Médio.

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Por BBC Brasil
Atualização:

O Papa Bento 16 apelou por tolerância para com os imigrantes nesta sexta-feira em sua mensagem de Natal na Praça de São Pedro, no Vaticano, poucas horas depois de ter sido agredido por uma mulher com problemas mentais. Em sua tradicional mensagem de Natal Urbi Et Orbi, ele disse que a Igreja Católica quer que as pessoas aceitem e recebam bem todos os que deixam suas casas por causa da fome, intolerância ou danos ao meio ambiente. "Fiel ao mandato de seu fundador, a Igreja apoia aqueles que são atingidos por calamidades e pela pobreza, mesmo nos países ricos. Diante do êxodo daqueles que migram de sua terra natal para longe por causa da fome, da intolerância ou da deterioração ambiental", a Igreja pede "uma atitude de aceitação e acolhimento." O papa falou ainda que a Igreja era uma "fonte de união" para muitas pessoas em todo o mundo fez ainda uma referência ao trabalho da Igreja na América Latina. "Em toda a América Latina, (...) a Igreja é fator de identidade, plenitude de verdade e caridade que nenhuma ideologia pode substituir, apelo ao respeito pelos direitos inalienáveis de cada pessoa e ao seu desenvolvimento integral, anúncio de justiça e fraternidade, fonte de unidade", afirmou Bento 16. A mensagem do papa também se referiu a questões atuais com uma citação relativa ao aborto e outra relativa à situação em Honduras. "Na Europa e na América do Norte, o 'nós' da Igreja incita a superar a mentalidade egoísta e tecnicista, a promover o bem comum e a respeitar as pessoas mais débeis, a começar daquelas ainda por nascer. Em Honduras, ajuda a retomar o caminho institucional." Bento 16 também fez um apelo pela paz no Oriente Médio e no Iraque em sua mensagem. "O 'nós' da Igreja vive no território onde Jesus nasceu, na Terra Santa, para convidar seus habitantes a abandonarem toda a lógica de violência e represália e a comprometerem-se com renovado vigor e generosidade no caminho de uma convivência pacífica." "O 'nós' da Igreja está presente nos outros países no Oriente Médio. Como não pensar na atribulada situação do Iraque e no 'pequeno rebanho' de cristãos que vive na região? Às vezes sofre violências e injustiças, mas está sempre disposto a oferecer a sua própria contribuição para a edificação da convivência civil contrária à lógica do conflito e rejeição do vizinho", acrescentou. Voz firme Mesmo depois de ter sido derrubado por uma mulher de 25 anos na noite de quinta-feira no momento em que entrava na Basílica de São Pedro para celebrar a Missa do Galo, Bento 16 falou com voz firme para milhares de peregrinos, dando a benção aos povos do mundo em 65 idiomas. O Vaticano informou que a mulher que atacou o papa, identificada como Susanna Maiolo, foi levada para um hospital. Ela foi descrita como "instável" e no ano passado teria tentado atacar Bento 16, também na Missa de Natal. De acordo com o correspondente da BBC em Roma David Willey, o Vaticano está tentando não dar muita importância ao incidente. Mas, segundo o correspondente, a segurança de Bento 16 ainda é uma questão difícil, pois o pontífice precisa interagir com a congregação e muitos católicos não aprovariam caso o papa fosse visto apenas através de uma tela de segurança. No momento em que apareceu no balcão em frente à Praça de São Pedro, o papa parecia caminhar sem muita firmeza, mas permaneceu firme durante a mensagem e as orações. O pontífice de 82 anos não falou sobre o incidente na Missa do Galo. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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