18 de dezembro de 2014 | 11h02
ROMA - O papa Francisco comemorou nesta quinta-feira, 18, a decisão de Estados Unidos e Cuba de melhorar suas relações. "Hoje todos estamos contentes porque vimos como dois povos, que tinham se afastado durante muitos anos, deram ontem (quarta-feira) um passo de aproximação. Isso foi possível graças aos embaixadores e à diplomacia", disse durante a cerimônia de entrega de cartas credenciais a vários embaixadores perante a Santa Sé.
Na quarta-feira, após o anúncio da retomada das relações, foi informado que delegações de Cuba e EUA haviam realizado conversas secretas nos últimos tempos para impulsionar uma normalização de suas relações, após mais de meio século de inimizade.
Dissidentes são céticos sobre reaproximação
Os encontros ocorreram no Canadá, como Estado neutro, e foram impulsionados pelo Vaticano e pelo próprio papa. "O trabalho do embaixador é de pequenos passos, de pequenas coisas, mas que acabam sempre por trazer a paz aos corações dos povos, semear a irmandade", disse o papa em seu discurso, divulgado em comunicado pela Santa Sé.
Tanto o presidente dos EUA, Barack Obama, como o de Cuba, Raúl Castro, agradeceram em seus respectivos comunicados o apoio do pontífice. Na quarta, o papa se limitou a dizer que estava "vivamente feliz" com o anúncio, apesar de ter feito a declaração por meio de seu porta-voz, Federico Lombardi.
Lombardi informou que nos últimos meses o papa tinha escrito a Castro e a Obama para convidá-los "a resolver questões humanitárias de interesse comum, como a situação de alguns detidos, e dar início a uma nova fase das relações entre as duas partes."
Washington decidiu libertar três agentes cubanos que cumpriam pena no país e Havana fez o mesmo libertando o prestador de serviços americano Alan Gross, preso em Cuba desde 2009 por "atividades subversivas". /EFE
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.