Papa condena embargo da ONU ao Iraque

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Por Agencia Estado
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João Paulo II reiterou, nesta terça-feira, sua condenação ao embargo da ONU contra o Iraque, a que se referiu ao falar dos "sofrimentos injustos provocados por outros", e anunciou que o Jejum pela Paz, por ele convocado para 14 de dezembro, também será em solidariedade ao povo iraquiano. Ao receber nesta terça os bispos da Igreja Católica de rito caldeu, tendo à frente o patriarca de Bagdá, Raphael Gidawid, o papa suplicou a Deus que abra "as mentes e os corações dos responsáveis pelas nações, para que se comprometam em favor da restauração de uma paz justa e duradoura nesta região do mundo, e para que acabem as ameaças às pessoas e ao bem-estar dos povos". O pontífice disse que a Jornada de Jejum "será uma ocasião propícia para que toda a Igreja, experimentando a privação de alimentos, esteja em uma relação mais estreita com os homens que sofrem". Os representantes da Igreja de rito caldeu, uma das mais antigas do Oriente Médio, estão realizando sua visita qüinqüenal ao Vaticano. Os visitantes representam fiéis que vivem no Iraque Irã, Síria, Líbano, Egito e Turquia, e também emigrantes destes países que vivem nos EUA. A fuga de católicos desta região é tão dramática que o papa advertiu a Igreja de rito caldeu de que seu próprio futuro está vinculado à diáspora. O embargo da ONU contra o Iraque está em vigor há 11 anos. Em 6 de agosto, quatro dias após a invasão do Kuwait, o Conselho de Segurança (CS) da organização mundial aprovou a resolução 661, que impunha o embargo total ao Iraque. Com o fim da guerra, a ONU aliviou o embargo, aprovando resoluções que permitam a Bagdá vender petróleo para a compra de alimentos, remédios e o pagamento de reparações de guerra. Após a assinatura de um protocolo de acordo sobre a troca de "petróleo por alimentos" em 1996, surgiu um novo conflito em 1999, quando o CS aprovou outra resolução, condicionando a revogação do embargo à completa e verificada colaboração do Iraque com os inspetores da ONU para o desarmamento. Bagdá rejeitou a resolução, e as relações só melhoraram em 29 de novembro passado, quando o CS se comprometeu a rever nos próximos seis meses o regime de sanções contra o Iraque.

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