Papa condena o terrorismo e o fanatismo religioso

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Por Agencia Estado
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O papa João Paulo II falou hoje sobre ?fanatismo e terrorismo? no último dia de sua visita à ex-república soviética do Casaquistão, e lançou um apelo em favor da paz e do diálogo "entre cristãos e muçulmanos". "O ódio, o fanatismo e o terrorismo profanam o nome de Deus e desfiguram a verdadeira imagem do homem", assegurou o pontífice, além de exortar a "todos os crentes a unirem seus esforços para que Deus jamais se converta em refém das ambições dos homens". Para que não existam dúvidas sobre qual é o terrorismo a que se refere, o Santo Padre ratificou o "respeito da Igreja Católica pelo Islã, o autêntico Islã: o Islã que reza e que é solidário para com os necessitados". O papa convidou os fiéis a percorrerem o caminho do diálogo e da oração através de numerosos apelos a não ceder à espiral da violência. A preocupação do pontífice em relação a esse tema também ficou demonstrada com sua decisão de visitar o Casaquistão, de maioria muçulmana, apesar dos temores de seus auxiliares pela proximidade da zona visitada - a 300 quilômetros da fronteira com o Afeganistão -, palco de possíveis operações de guerra. Durante esta viagem, a de número 95 de seu papado, João Paulo II elogiou várias vezes a capacidade deste país de ser um cadinho de etnias e religiões diferentes. Enquanto o papa ressaltava que são inconciliáveis a violência e a religião, inclusive com base nos "erros do passado", o porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro Valls, assinalava que, segundo o princípio de legítima defesa, seria possível o uso da violência. "É verdade que se alguém cometeu um grande dano contra a sociedade e existe o perigo de que pode voltar a atacar se continuar livre, existe o direito de se organizar a autodefesa, mesmo escolhendo meios que possam parecer agressivos", disse Navarro Valls. Mas o porta-voz também advertiu que, segundo a ética cristã, "quando se emprega a força em defesa própria como último recurso, (esta força) deve ser proporcional à ameaça, e os inocentes não deveriam sofrer".

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