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Papa convoca cardeais dos EUA para discutir abusos sexuais

Por Agencia Estado
Atualização:

O papa João Paulo II convocou os treze cardeais dos Estados Unidos para discutir o escândalo dos casos de abuso sexual contra crianças cometidos por sacerdotes. Além dos cardeais, devem participar da reunião o bispo Wilton Gregory presidente da Confederação dos Bispos dos EUA, e monsenhor William Fay, secretário-geral da organização. A reunião, que deve transcorrer a portas fechadas, está marcada para os dias 23 e 24. Segundo Gregory, que se reuniu com o papa no fim de semana, João Paulo II está disposto a "ouvir e dar apoio a nossos esforços para responder efetivamente às preocupações que compartilhamos com nossos fiéis." Entre os convidados está o cardeal Bernard Law, arcebispo de Boston, que não sai de casa desde a semana passada, quando foram divulgados documentos mostrando que ele protegeu e promoveu padres envolvidos nesses crimes. Law vem sendo pressionado a renunciar - uma possibilidade que ele já descartou. Outro religioso que vem sendo alvo de duras críticas é o cardeal Edward Egan, de Nova York, que teria acobertado casos de padres que molestaram crianças em Connecticut. A situação, porém é bem mais grave em Boston, a única grande cidade norte-americana com maioria católica, onde pelo menos 450 pessoas afirmam terem sido molestadas por sacerdotes. De acordo com Dennis Hoyle, professor de teologia católica da Universidade de Dayton, Ohio, é muito raro o papa se envolver pessoalmente numa crise como essa. "O Vaticano costuma deixar a administração desses casos para o seu nível hierárquico mais baixo, para as dioceses", disse. "Convocar os cardeais para uma reunião é um reconhecimento da magnitude do problema."

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