Papa copta pede ações do Egito contra discriminação religiosa

Líder dos cristãos egípcios quer reforma de leis e exorta Estado a ouvir reclamações

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CAIRO - O chefe da Igreja Copta, os cristãos egípcios, pediu que o governo do Cairo atenda às reclamações sobre as discriminações religiosas e tome ações para aliviar as tensões geradas pelos conflitos e ataques contra os fiéis da religião.

 

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O papa copta Shenouda III disse em entrevista ao canal estatal egípcio que o governo deve agir sobre as tensões religiosas, principalmente em relação às leis que coíbem a liberdade de culto. "O Estado também tem um papel - deve ver os problemas dos coptas e tentar resolvê-los. Se há leis que não são justa para alguns, elas devem ser corrigidas pelo Estado", disse o líder copta.

 

As críticas do líder de 87 anos são raras, mas ocorrem após a elevação das tensões entre grupos religiosos após um ataque contra uma igreja copta em Alexandria que matou 21 pessoas. Desde então, igrejas coptas em todo o mundo tem denunciado ameaças.

 

Os coptas, ou cristãos do Egito, representam entre 6% e 10% dos 80 milhões de egípcios. São, na maioria, ortodoxos, embora a comunidade copta tenha aproximadamente 250 mil católicos coptas.

 

Nos últimos meses, os cristãos coptas tem sido acusados por muçulmanos de manterem pessoas convertidas ao islamismo na igreja contra sua vontade. Em outubro, o grupo militante Estado Islâmico do Iraque, que inclui a organização terrorista Al-Qaeda, ameaçou os coptas egípcios e exigiu que os supostos convertidos fossem libertados.

 

O incidente de Alexandria foi o mais mortífero do Egito desde a onda de ataques contra complexos turísticos do Mar Vermelho entre 2004 e 2006, que deixaram um total de 140 mortos.

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