Papa critica israelenses e árabes

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Por Agencia Estado
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O papa João Paulo II chegou neste sábado ao aeroporto de Damasco procedente de Atenas para uma visita de quatro dias à Síria, seguindo as pegadas do apóstolo bíblico São Paulo. A cerimônia de boas-vindas oficial foi chefiada pelo presidente sírio Bashar Assad e as mais altas autoridades religiosas do país. Durante sua visita à Síria, João Paulo II - o primeiro papa da história que chega em peregrinação a esse país - se encontrará com os líderes religiosos islâmicos na grande mesquita Omayyad de Damasco e visitará a pequena cidade de Quneitra, no alto do Golan. Ao chegar, o papa abordou a questão do Oriente Médio e criticou as atitudes israelenses - embora sem especificá-las - e a anexação de territórios. Além disso, reivindicou o respeito à autodeterminação e às resoluções internacionais. O pontífice também criticou os países árabes que não reconhecem o direito de Israel de existir e pediu aos líderes políticos e religiosos "uma atitude de respeito para com judeus, cristãos e muçulmanos". Nesta manhã, no Palácio de Desportes de Atenas, o sumo sacerdote celebrou uma missa com que encerrou sua visita de 24 horas à Grécia, em que não se produziram os temidos distúrbios ameaçados por extremistas ultraortodoxos. O estádio grego, com capacidade para 18 mil pessoas, não estava lotado, mas o públicou saudou calorosamente o papa João Paulo II. "Seguindo o exemplo de São Paulo e das primeiras comunidades, é urgente desenvolver as ocasiões de diálogo com nossos contemporâneos, sobretudo nos lugares onde se decide o futuro do homem e da humanidade, para que as decisões tomadas não sejam guiadas exclusivamente pelos interesses políticos e econômicos, que desconhecem a dignidade das pessoas e as exigências que derivam dela, para que exista esse suplemento de alma que recorde o lugar insígne e a dignidade do homem", disse o papa. "A paixão pela unidade da igreja", disse, "deve unir todos os discípulos de Cristo. Desgraçadamente, as tristes heranças do pasado nos seguem ainda no começo do terceiro milênio... Ainda falta muito caminho para trilhar. No entanto, isso não deve nos desanimar." Com estas palavras, o papa se despediu da Grécia e se dirigiu ao aeroporto com um cortejo de oito veículos blindados. Ali foi saudado pelo subsecretário de Relações Exteriores, Grigoris Niotis, pelo núncio de Atenas, Paul Tabet, pelo arcebispo católico Nikos Foscolos, alguns religiosos e uma guarda de honra da Aeronáutica.

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