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Papa elogia acordo de potências com o Irã

Em discurso de Páscoa, Francisco também lembra de massacre de cristãos no Quênia

Por JAMIL CHADE , CORRESPONDENTE e GENEBRA
Atualização:

O papa Francisco adotou um tom político em sua mensagem de Páscoa e elogiou o acordo nuclear entre o Irã e as principais potências do mundo. Falando a uma multidão na praça de São Pedro, no Vaticano, ele ainda expressou sua preocupação com Líbia, Iêmen, Síria, Iraque e com as recentes mortes de cristãos no Quênia.

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O acordo com iranianos foi fechado na quinta-feira, na Suíça. O pacto estabelece um controle internacional sobre o programa atômico de Teerã, em troca do fim de sanções contra o país.

O acordo ecoou no Vaticano, onde o papa tenta dar uma nova dimensão à diplomacia da Santa Sé, principalmente no Oriente Médio. No discurso Urbi et Orbi de ontem, Francisco disse que o acordo é oportunidade para um mundo mais seguro. "Na esperança que damos ao Senhor sobre o acordo recentemente fechado em Lausanne, que ele seja um passo decisivo a uma mundo mais seguro e fraternal."

O papa também alertou para a proliferação de armas pelo mundo. "Pedimos paz para esse mundo sujeito a negociadores de armas, que ganham a vida com o sangue de homens e mulheres."

Durante um dos momentos mais importantes no calendário cristão, outro dos destaques do papa foi o conflito que envolve Síria e Iraque, considerado pelo Vaticano um dos epicentros de ameaça à paz mundial.

Francisco também fez questão ainda de denunciar um "banho de sangue absurdo" na Líbia, alertando para as rivalidades entre tribos e milícias. Ele também pediu que "um desejo comum pela paz" prevaleça no Iêmen, marcado pela guerra civil. O papa ainda citou Nigéria, Sudão, Congo, Israel, territórios palestinos e Ucrânia.

A mensagem do papa incluiu um alerta para as perseguições contra cristãos no mundo. Citando diretamente os estudantes massacrados na Universidade de Garissa, no Quênia, na quinta-feira, e sequestros em outras partes da África por islamistas radicais, ele pediu alívio do "sofrimento de tantos irmãos que são perseguidos em seu nome (do Cristianismo)".

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"Que orações constantes venham de todas as pessoas de boa vontade para aqueles que perderam suas vidas - em particular dos jovens que foram mortos na quinta-feira passada na Universidade de Garissa."

Na sexta-feira, o papa já havia denunciado o "silêncio cúmplice" da comunidade internacional diante da morte de cristãos.

Em um gesto simbólico, Francisco batizou no sábado dez fiéis vindos de Quênia, Portugal, Camboja e Albânia - num esforço para pedir que "pessoas de boa fé de todo o mundo mantenham a chama da fé viva".

O pontífice também lembrou daqueles que sofrem com as drogas. "Paz e liberdade para as vítimas de traficantes de drogas, que são muitas vezes aliados com o poder que deveria defender a paz e a harmonia na família humana."

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