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Papa elogia trabalho de freira italiana morta na Somália

Leonella Sgorbati foi morta a tiros em 17 de setembro e especula-se que o assassinato esteja relacionado ao polêmico discurso do papa Bento XVI sobre a jihad (guerra santa) em 12 de setembro

Por Agencia Estado
Atualização:

O papa Bento XVI elogiou neste domingo a freira italiana Leonella Sgorbati, assassinada na semana passada na Somália e destacou que ela morreu perdoando, o que constitui o "autêntico testemunho dos cristãos, o sinal que demonstra a vitória do amor sobre o ódio e o mal". O pontífice fez tais declarações perante milhares de pessoas que assistiram à cerimônia do Ângelus no palácio de Castelgandolfo, quando lembrou o testemunho diário de fé que muitos cristãos dão, alguns pagando com a morte. O papa ressaltou que são muitos os cristãos que vivem com humildade e silêncio a serviço do amor e da paz, "ou seja, do Senhor", e alguns dando inclusive a vida, derramando o sangue, como ocorreu com a irmã Leonella, "vítima da violência", assassinada em Mogadíscio. "Esta freira, que servia aos pobres na Somália há anos, morreu pronunciando a palavra perdão. Esse é o autêntico testemunho cristão, sinal pacífico de contradições que demonstra a vitória do amor sobre o ódio e sobre o mal", afirmou o papa. O pontífice acrescentou que "não há dúvida" de que seguir Cristo "é difícil", mas lembrou que, "como Ele mesmo disse, só quem perde a vida por Ele e pelo Evangelho será salvo, dando sentido pleno à própria existência". Após saber do assassinato, o papa enviou um telegrama de pêsames à congregação de Leonella - as Missionárias da Consolação -, no qual deplorou toda forma de violência e disse que "o sangue derramado" pela religiosa deve servir como semente "de esperança para construir uma autêntica fraternidade entre os povos no recíproco respeito das convicções religiosas de cada um". Leonella, de 65 anos, foi assassinada a tiros por duas pessoas que invadiram o hospital maternidade da fundação SOS em Mogadíscio. Os tiros também atingiram a guarda-costas da freira, uma mulher somali, que morreu. Especula-se que o assassinato tenha relação com o polêmico discurso do papa Bento XVI sobre a jihad (guerra santa), pronunciado no dia 12 de setembro em Regensburg, na Alemanha.

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