PUBLICIDADE

Papa aceita renúncia de arcebispo australiano acusado de encobrir assédio sexual contra crianças

Esta é a segunda demissão de uma autoridade católica em dois dias; no sábado, pontífice aceitou renúncia de cardeal americano, enquanto investigações seguem no Chile e pressão para combater casos de abuso aumenta

Atualização:

CIDADE DO VATICANO - O papa Francisco aceitou a renúncia do arcebispo australiano Philip Wilson, condenado por encobrir o abuso sexual de crianças por um padre. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira, 30, em uma declaração do Vaticano.

Wilson foi consideradoculpado de encobrir os abusos sexuais cometidos pelo falecido sacerdote James Fletcherna década de 1970, por não ter relatado as denúncias das vítimas para a polícia. Foto: EFE/Peter Lorimer

PUBLICIDADE

Arcebispo da cidade de Adelaide, Wilson foi condenado em maio por não informar a polícia sobre o abuso de dois coroinhas por um padre na região de Hunter Valley, ao norte de Sydney, durante os anos 1970. Com a condenação, ele se torna o clérigo católico de mais alto nível na Igreja a ser condenado em um tribunal por encobrir abuso sexual.

Ele havia se recusado a renunciar até a apelação, mas padres australianos e até mesmo o primeiro-ministro, Malcom Turnbull, pressionaram para que o agora ex-arcebispo fosse demitido. Em uma carta enviada ao papa no dia 19 de julho, Turnbull pediu a demissão de Wilson.

Aos 67 anos, o clérigo está abaixo da idade comum para aposentadoria de bispos, que é de 75 anos, mas sua demissão é significativa, uma vez que o papa tem sofrido pressão constante para punir as autoridades católicas que encobriram casos de abuso sexual. Atualmente, há pedidos de investigação pela Igreja dos Estados Unidos e investigações criminais em andamento no Chile.

No sábado 28, o papa aceitou a renúncia do cardeal Theodore McCarrick, ex-arcebispo de Washington, e impôs a ele penalidades sem precedentes antes mesmo que seu julgamento canônico fosse concluído. Aos 88 anos, McCarrick é acusado de ter abusado sexualmente de ao menos dois coroinhas. / AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.