HAVANA - O voo que trouxe o papa Francisco de Roma a Havana pousou neste sábado, 19, na capital cubana. O papa foi recepcionado no aeroporto pelo presidente da ilha, Raúl Castro, autoridades eclesiásticas e grupos de fiéis selecionados para a cerimônia.
Ao descer do avião, Francisco cumprimentou o presidente cubano, Raúl Castro, e foi também recepcionado por crianças que lhe entregaram flores. Sorridente, o papa conversou com os jovens e os abraçou.
A cerimônia no aeroporto, que incluirá um discurso feito pelo pontífice, deve durar cerca de uma hora. Em seguida, Francisco sairá em cortejo pelas ruas da cidade e chegará à Nunciatura Apostólica, onde ficará hospedado.
Apesar de não fazer parte da agenda oficial, um encontro com Fidel Castro também deve ocorrer na noite de hoje ou no fim da tarde de amanhã, segundo apurou a reportagem.
A recepção ao papa deve ser marcada pelo tom “inevitavelmente” político de seu pontificado, mas isso não substituirá “o essencial” - o lado pastoral -, avaliou o secretário executivo da Conferência dos Bispos de Cuba, monsenhor José Félix Pérez Riera.
Em sermão proferido horas antes do pouso do avião papal, Riera pediu aos cubanos que acolhessem o chefe da Igreja Católica “como a multidão que se formava em torno de Jesus”. Após o desembarque na ilha, o papa seguiria para a Nunciatura Apostólica, sua hospedagem na capital Havana durante a visita.
Para hoje, além da missa campal na Praça da Revolução, está previsto um encontro com o presidente cubano, Raúl Castro, no Palácio da Revolução e uma atividade com outros sacerdotes na Catedral de Havana.Após a intensa programação em Havana, o papa viajará amanhã a Holguín e, no mesmo dia, a Santiago de Cuba.
A passagem pela segunda cidade simboliza as intenções eminentemente diplomáticas de boa parte do cronograma papal na ilha, na avaliação do teólogo Frei Betto. “É a cidade mais próxima da base naval de Guantánamo. Há, inclusive, trabalhadores da base que vivem em Holguín e vão e voltam todos os dias”, afirmou ao Estado momentos antes da coletiva à imprensa na capital cubana.
Pousar em Holguín sinalizaria o apoio do papa a uma das duas “reivindicações pétreas” do regime cubano no processo de normalização das relações com os EUA: a devolução do território da base naval americana e o fim do embargo econômico à ilha.