Papa João Paulo II foi espionado, afirma cardeal

Arquivos do Instituto Polonês de Memória Nacional mostram que um padre muito próximo do Vaticano teria sido informante dos serviços de segurança poloneses

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Por Agencia Estado
Atualização:

O papa João Paulo II foi espionado por informantes do Vaticano a serviço da polícia secreta polonesa, durante a era comunista, afirmou um cardeal polonês, nesta terça-feira em uma entrevista à CNN. O cardeal Joseph Glemp, arcebispo de Warsaw, mencionou que o religioso foi alvo de espionagem entre 1978 até a queda do Muro de Berlim, em 1989. A afirmação foi feita durante uma conferência religiosa em Assisi, na Itália. "Havia espiões no Vaticano. Moscou tinha um grande interesse em saber o que estava acontecendo em Roma, com um papa polonês no cargo", disse o religioso. João Paulo II foi o primeiro papa de um país comunista. Além disso, ele foi um dos encorajadores do movimento que desafiou o comunismo na Polônia, liderando o grupo até o colapso do bloco soviético. No ano passado, documentos do Instituto Polonês de Memória Nacional, que abriu o arquivo dos documentos da era comunista, mostravam evidências de que o padre Konrad Hejmo tenha sido informante dos serviços de segurança da Polônia. Durante muitos anos, Hejmo esteve próximo da alta cúpula da Igreja, no Vaticano. Hejmo nega que tenha sido espião. Mas, Glemp se disse convencido do contrário. But Glemp said he was convinced that Hejmo had been a Spy. "Certamente ele era um espião. Os documentos e papéis feitos públicos no ano passado comprovam essa teoria", afirmou o cardeal, durante a entrevista. Dois meses atrás, poloneses ficaram chocados com a revelação de que um padre católico espionava a atividade de clérigos dissidentes para o serviço secreto comunista, durante aproximadamente 25 anos. O Instituto Polonês de Memória Nacional calcula que aproximadamente 10% dos padres na Polônia podem ter trabalhado, consciente ou inconscientemente, para o serviço secreto.

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