Papa lamenta ?traição? de sacerdotes pedófilos

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Por Agencia Estado
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O papa João Paulo II expressou nesta quinta-feira sua profunda tristeza pela "mais grave forma de traição (à própria vocação)" cometida pelos sacerdotes católicos implicados em escândalos de pedofilia, particularmente nos EUA. Segundo o papa, o "grave escândalo" projetou uma "sombra de suspeita sobre os outros valorosos sacerdotes que cumprem seu ministério com honestidade e integridade e, freqüentemente, com auto-sacrifício heróico". A Igreja, disse o pontífice, está muito "próxima" das vítimas dos pecados desses sacerdotes que sucumbiram "às formas mais odiosas do mistério da maldade". A declaração papal se referia aos recentemente divulgados escândalos de pedofilia, em sua maioria ocorridos nos EUA. João Paulo se referiu pela primeira vez em público ao tema, após as acusações sobre abusos sexuais terem causado a renúncia de um bispo de Palm Beach, Flórida, e afetado a reputação do cardeal Bernard Law, de Boston, por ele não ter tomado medidas contra um sacerdote que havia abusado sexualmente de um menor. O problema tem implicações de âmbito mundial para a Igreja Católica. Em janeiro, a Igreja Católica na Irlanda concordou em pagar uma cifra sem precedentes, US$ 110 milhões, a um menino que havia sofrido abuso sacerdotal. Mais de 20 sacerdotes, frades e freiras já foram sentenciados por acusações semelhantes. Casos de abuso sexual encoberto ocorreram na Inglaterra, França e Austrália, entre outros países. Durante anos, o Vaticano considerou informes semelhantes como tentativas de desacreditar a Igreja ou como parte de uma campanha contra o celibato.

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