
11 de junho de 2011 | 13h29
"Sua história é complexa, e, em alguns períodos, dolorosa", disse Bento XVI. "Vocês são um povo que, ao longo de séculos passados, nunca se prendeu a ideologias nacionalistas, nunca aspirou a posse da terra ou a dominação de outros povos. Vocês se mantiveram sem pátria e, idealmente, consideraram todo o continente (europeu) como sua casa."
O papa lamentou que, durante séculos, os ciganos tivessem conhecido "o gosto amargo de não serem bem-vindos". Bento XVI contou que durante sua peregrinação à Polônia, em 2006, ele orou em frente a uma placa em Auschwitz para lembrar a bárbara "morte de milhares de ciganos em campos de extermínio nazistas, um drama que ainda é pouco reconhecido e cuja proporção é difícil de se medir".
"A consciência europeia não pode esquecer tanta tristeza", afirmou o papa. "Nunca o seu povo pode ser, novamente, objeto de rejeição, opressão e menosprezo", disse. O encontro começou com quatro ciganos descrevendo a forma como vivem para o pontífice. Bento XVI observou que muitos ciganos não são mais nômades e buscam estabilidade e têm novas expectativas, incluindo habitação digna e educação para seus filhos. O papa convidou as instituições da Europa a tomarem medidas para acompanhá-los neste caminho para uma vida melhor.
Como integrar ciganos em bairros, escolas e locais de trabalho tem sido uma questão que atormenta muitos políticos na Europa. O prefeito de Roma prometeu livrar a cidade de campos não autorizados de casas de lata na periferia, e algumas dessas áreas foram destruídas, levando seus ocupantes a buscarem abrigo em outro lugar. O Vaticano tem um departamento especial dedicado ao cuidado pastoral dos migrantes e itinerantes. As informações são da Associated Press.
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