"Mesmo aqui, a caridade, e somente a caridade, nos liberta", ele disse. "Sobretudo, nos livra do perigo mortal da raiva reprimida, daquela raiva latente que nos faz remoer os maus da nossa vida. Não! Isso é inaceitável para um homem da Igreja."
De certa forma, seu discurso foi uma versão amenizada da crítica que fez a burocratas do Vaticano logo antes do Natal. Ele destacou, na época, 15 doenças do homem, incluindo o "Alzheimer espiritual" e o "terrorismo da fofoca".
Esta foi a segunda vez que Francisco nomeou novos cardeais e mais uma vez as "periferias" ganharam representação geográfica no Colégio. Suas escolhas, porém, também refletem sua visão do que a Igreja deve ser, com um olhar mais cuidadoso para os pobres e os marginalizados.
Os escolhidos incluem o cardeal Soane Patita Paini Mafi, de Tonga, uma pequena ilha no meio do Oceano Pacífico que deve ser um dos principais territórios a sofrer com o aquecimento global. Outro cardeal, Francesco Montenegro, de Agrigento, na Sicília, também supervisiona a diocese de Lampedusa, território inundado por milhares de imigrantes nos últimos anos. A lista traz também o nome do arcebispo Jose Luis Lacunza Maestrojuan, de David, no Panamá, que trabalha para proteger povos indígenas dos interesses mineradores.
Embora os cardeais sejam chamados para aconselhar o papa, o principal objetivo do Colégio é escolher um novo pontífice quando o atual falecer ou for incapaz de continuar na função. Apenas aqueles com menos de 80 anos podem participar do conclave e, com as nomeações do sábado, o número total de habilitados chegou a 125, cinco a mais do que o limite tradicional. Fonte: Associated Press.