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Papa se encontra com vítimas de abusos e expressa 'pesar' por escândalos

Em missa realizada em Londres, pontífice diz que denúncias causaram 'vergonha e humilhação'.

Por BBC Brasil
Atualização:

O papa Bento 16 expressou neste sábado seu "profundo pesar" com o que classificou de "terríveis crimes" de abuso de crianças cometidos por membros da Igreja Católica e disse que "estes pecados" causaram "vergonha e humilhação". O pedido de desculpas foi feito durante uma missa na catedral de Westminster, em Londres, como parte da visita de Estado de quatro dias do pontífice à Grã-Bretanha. Pouco depois da missa foi confirmado que o papa teve um encontro privado de cerca de 30 minutos com cinco britânicos que foram vítimas de abuso por parte de membros da Igreja. O Vaticano afirmou que o papa expressou sua "profunda tristeza e vergonha" às vítimas. 'Pesar' Falando a centenas de fiéis e sacerdotes católicos durante a cerimônia em Westminster, o papa afirmou ter uma grande preocupação com o "imenso sofrimento" causado pelos crimes de abuso, especialmente com aqueles cometidos por membros da Igreja. "Acima de tudo, eu expresso meu profundo pesar às vítimas inocentes destes terríveis crimes, com a esperança de que o poder da graça de Cristo, seu sacrifício de reconciliação, traga cura e paz às suas vidas", disse. O papa ainda afirmou esperar que o "castigo" representado pelas denúncias de abuso "contribua para a cura das vítimas, a purificação da Igreja e a renovação de seu antigo comprometimento com a educação e o cuidado com os jovens". "Eu expresso minha gratidão aos esforços que foram feitos para lidar com esse problema de maneira responsável e peço a todos vocês que mostrem suas preocupações com as vítimas e solidariedade com nosso sacerdotes", disse. Entre as personalidades que compareceram à cerimônia estava o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que se converteu ao catolicismo em 2007, e sua mulher Cherie. Antes, o pontífice se encontrou com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, seu vice, Nick Clegg, e com a líder do Partido Trabalhista, Harriet Harman. Protestos A visita do papa à Grã-Bretanha também está sendo alvo de protestos por parte de associações de vítimas de abuso, organizações de defesa de direitos dos homossexuais e outras entidades. Um deles ocorreu na região central de Londres e reuniu cerca de 11 mil pessoas, de acordo com seus organizadores. A polícia, no entanto, não confirmou a cifra. A agenda do papa na Grã-Bretanha permanece inalterada, apesar de a polícia ter detido na última sexta-feira seis acusados de suposto envolvimento com uma possível ameaça contra a visita do pontífice. Os suspeitos continuam detidos, mas a polícia afirmou que nada de significativo foi encontrado durante as buscas. Os acusados foram detidos em Londres e trabalhavam em uma empresa de limpeza de ruas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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