
31 de dezembro de 2007 | 07h39
A Comissão Eleitoral do Paquistão adiou para terça-feira uma decisão sobre o possível adiamento das eleições no país, marcadas para o dia 8 de janeiro, informou nesta segunda, 31, um porta-voz oficial. Veja também: Filho de 19 anos de Benazir assume chefia de partido e mantém dinastia A comissão realizou uma reunião de emergência nesta segunda para analisar se era viável manter a data após o atentado que matou a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, gerando uma série de problemas no processo eleitoral. O Partido Popular do Paquistão (PPP), liderado por Bhutto, anunciou que sua intenção é concorrer às eleições, e pediu à Liga Muçulmana-N (PML-N), do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif e também da oposição, que reconsidere sua decisão de boicotar a disputa. Além disso, o partido pediu à comissão que não adie a realização do pleito. Pouco depois, a legenda anunciou que também está disposta a participar, pois o anúncio de boicote seria um gesto de "solidariedade" ao PPP. A decisão também mexeu com o governo, que dava a entender no domingo que o pleito seria adiado por semanas. O presidente da governamental Liga Muçulmana-Q, Chaudhry Shujaat Hussain, disse nesta segunda que seu partido está "preparado" para o pleito no dia 8, após a decisão adotada pelo PPP. "O governo está comprometido a realizar eleições livres e justas", afirmou Hussain em declarações à rede de televisão estatal PTV, completando que a Comissão Eleitoral tem capacidade de fazer com que tudo dê certo. Violência Em comunicado divulgado há dois dias, a Comissão disse que a violência suscitada após o atentado contra a líder da oposição representou um "sério infortúnio" no processo de preparativos para o pleito, sobretudo na província de Sindh (sudeste). Fontes da Comissão citadas pela rede de televisão Dawn consideraram que um adiamento é "inevitável" não por razões políticas, mas técnicas, devido à queima de material e sedes eleitorais durante os distúrbios. Também nesta segunda, o governo interino liderado por Mohammadmian Soomro se reuniu para analisar a situação no país, que começa a voltar à normalidade após os três dias de luto oficial pela morte de Bhutto. Pelo menos 38 pessoas morreram e 50 ficaram feridas nos episódios de violência registrados por todo o Paquistão - mas preocupantemente graves em Sindh. Bolsa A incerteza sobre as eleições no Paquistão levou a Bolsa de Karachi a registrar forte queda de 4,7%. A bolsa, que ficou fechada na última sexta pelo luto à morte de Bhutto, começou seu pregão com uma onda excessiva de vendas, levando mais de 70 empresas a se deparar com o limite de perdas de 5%. O diretor da bolsa, Shoaib Memon, assegurou à imprensa que as perdas registradas eram previstas, prevendo que a situação permanecerá assim durante os próximos dois ou três dias.
Encontrou algum erro? Entre em contato