Paquistão admite que "cientistas antiéticos" podem ter ajudado Irã

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Por Agencia Estado
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O Paquistão admitiu hoje que "cientistas antiéticos dotados de ambição pessoal e ganância" podem ter enviado tecnologia sensível ao Irã. Trata-se da admissão mais explícita de Islamabad em meses. O reconhecimento da possibilidade, forçado pelas informações entregues pelo Irã à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), é a mais recente de uma série de notícias envolvendo os programas nucleares de Líbia, Irã e Paquistão. O governo paquistanês alegou estar cooperando com a AIEA depois de inspeções feitas pela agência em instalações nucleares iranianas terem mostrado que indíviduos "ligados ao Paquistão e a outros países" agiram como "intermediários e contrabandistas". "A AIEA requisitou nossa cooperação. Com base nesse pedido, estamos investigando indivíduos que podem ter violado as leis paquistanesas para obter ganhos comerciais individuais", disse à Associated Press o porta-voz da chancelaria do Paquistão, Masood Khan. Ele não entrou em detalhes sobre como os cientistas teriam lucrado nem revelou o tipo de tecnologia envolvida, mas entre os interrogados está o pai do programa nuclear paquistanês, Abdul Qadeer Khann, um herói nacional e vencedor do prêmio "Homem do Ano" no Paquistão em 1990. Khan reiterou que o governo paquistanês nunca autorizou a transferência de informações e conhecimentos de seu programa nuclear, responsável pela primeira bomba atômica do mundo islâmico, testada em 1998.

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