15 de maio de 2011 | 12h25
No outono passado, depois que funcionários da Otan mataram dois soldados paquistaneses durante uma incursão na fronteira, o Paquistão fechou a rota aos caminhões de suprimentos da Otan e dos EUA por quase duas semanas.
A resolução parlamentar reflete o estado precário da aliança entre os EUA e o Paquistão, que é vital para o esforço de guerra no vizinho Afeganistão. O caso Bin Laden levou à tona o antigo dilema de que os ataques dos EUA são considerados pelos paquistaneses como uma violação da soberania e que deixam muitas vítimas civis, exacerbando um já alto sentimento anti-EUA.
A medida paquistanesa foi aprovada após uma rara reunião privada no Parlamento entre líderes militares paquistaneses, que foram humilhados pela ação em 2 de maio dos EUA que matou Bin Laden em sua casa na cidade de Abbottabad. Os paquistaneses ficaram irritados com o fato de o Exército ter permitido que isso acontecesse, enquanto os EUA afirmaram que a proximidade com uma academia militar e a capital, Islamabad, levantou suspeitas de que alguns elementos de segurança teriam acolhido Bin Laden.
Os EUA também não têm conseguido fazer com que Islamabad persiga grupos militantes, como a rede Haqqani, que usa o país como esconderijo mas realiza ataques apenas dentro do Afeganistão. Analistas dizem que o Paquistão pode estar mantendo laços com alguns insurgentes porque quer influência no Afeganistão uma vez que os EUA se retirarem. Autoridades paquistanesas negam ter ligações com grupos militantes. As informações são da Associated Press.
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