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Paquistão amplia ofensiva contra rebeldes

Aviões e helicópteros militares atacam posições do Taleban nos arredores da capital

Por AP , Reuters e ISLAMABAD
Atualização:

Aviões e helicópteros das Forças Armadas paquistanesas intensificaram ontem os ataques ao grupo extremista Taleban numa zona montanhosa localizada a 100 km da capital, Islamabad, onde, desde domingo, o governo combate os militantes rebeldes. O porta-voz das forças paquistanesas, Athar Abbas, disse que "a intenção da ofensiva é eliminar e expulsar" os 500 militantes que assumiram o controle de Buner, uma área tribal que faz parte da região de Malakand, na fronteira com o Afeganistão. A resposta ao avanço taleban marca uma mudança radical na estratégia do governo paquistanês, que, até então, apostava no diálogo e nas concessões como forma de convencer os insurgentes a abandonar a luta armada. O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, chegou a permitir que o Taleban aplicasse a Sharia (lei islâmica) na área tribal do Vale do Swat. A medida encorajou os militantes a ocuparem o distrito vizinho de Buner, ameaçando Islamabad. APROVAÇÃO O governo americano - que vinha manifestando abertamente sua desaprovação à estratégia de Zardari - elogiou os ataques de ontem. "A chave é manter as operações nesse compasso, mantendo os militantes em seus lugares para, no fim, derrotá-los", disse o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell. O Congresso americano discute o envio de US$ 200 milhões a US$ 400 milhões em ajuda financeira ao Paquistão, como sinal de apoio à mudança na estratégia paquistanesa. Desde o início dos ataques, no domingo, 10 soldados e 75 rebeldes morreram, de acordo com o governo. Pelo menos 33 mil pessoas fugiram de suas casas no Distrito do Baixo Dir, segundo a ONG de direitos humanos Anistia Internacional. Autoridades paquistanesas têm negado repetidamente a tese de que o avanço taleban põe em risco a unidade do país, como disse na semana passada a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. "Vejo isso como um alarme completamente falso", disse Abbas. "Não há razão para pensar que eles (os insurgentes) podem representar uma ameaça além daquela área."

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