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Paquistão ataca reduto taleban

Governo pede a militantes que deponham armas após ofensiva que deixou 31 mortos

Por ISLAMABAD
Atualização:

O governo paquistanês pediu ontem aos combatentes taleban que deponham suas armas, depois que suas forças de segurança lançaram uma ampla ofensiva para deter o avanço rebelde na região noroeste. Pelo menos 31 pessoas foram mortas na ofensiva - entre elas um soldado -, que forçou os moradores do Distrito de Baixo Dir a fugir levando suas crianças e alguns pertences. "Os extremistas não têm outra opção a não ser depor as armas, pois o governo vai expulsá-los dali", disse Rehman Malik, assessor do governo paquistanês. PREOCUPAÇÃO A operação na Província da Fronteira Noroeste ocorre em meio a crescentes preocupações nos Estados Unidos sobre a estabilidade do Paquistão - seu aliado-chave na região e uma potência nuclear - depois que os militantes começaram a estender sua influência. "Não permitiremos que os taleban imponham seu domínio em Dir ou em nenhuma parte do país", disse Malik. O Distrito de Baixo Dir fica na região de Malakand, no Vale do Swat, onde o primeiro-ministro paquistanês, Asif Ali Zardari, aprovou a imposição da Sharia (lei islâmica) em troca de um cessar-fogo. No entanto, após obter a concessão, militantes invadiram o vizinho Distrito de Buner, também em Malakand, a apenas 100 km da capital, Islamabad. Pressionados, os insurgentes começaram a deixar Buner na sexta-feira. O principal porta-voz do Taleban no noroeste do Paquistão condenou a ofensiva do Exército paquistanês, considerando que violava o acordo para a aplicação da Sharia. O Paquistão vem sendo pressionado por países ocidentais para anular o acordo, que permitiu ao Taleban aumentar sua influência na região. A divulgação de um vídeo de uma mulher recebendo chibatas de militantes taleban logo após a aprovação da Sharia causou ultraje internacional. Os taleban apoderaram-se em 2007 do Vale do Swat - antes a área mais turística do Paquistão - e outros distritos na região de Malakand, e desde então vêm aplicando execuções sumárias e limitando os direitos das mulheres. AP, REUTERS E AFP

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