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Paquistão detém cientistas suspeitos de passar tecnologia

Por Agencia Estado
Atualização:

O Paquistão ampliou sua investigação no principal laboratório de armas nucleares do país, detendo cerca de sete cientistas e administradores para interrogatório, em meio a alegações de que tecnologia sensível foi transferida para países como Irã, Coréia do Norte e Líbia, disseram autoridades. O ministro da Informação Rashid Ahmed afirmou que nos últimos dias entre cinco e sete funcionários do Laboratório de Pesquisa Khan foram detidos para "prestarem informações". Entre eles está Islam-ul Hag, um diretor do laboratório. Dois homens uniformizados o detiveram quando ele jantava no sábado na residência do pai do programa nuclear paquistanês, Abdul Qadeer Khan. O laboratório foi batizado com o nome de Khan, um herói nacional por ter transformado o Paquistão em 1998 no primeiro país islâmico a possuir uma bomba atômica. Islamabad alega que sua força nuclear visa dissuadir a vizinha rival Índia, que também possui armas atômicas. A mulher de Haq, Nilofar Islam, disse não ter notícias de seu marido desde a detenção. "Não sabemos onde ele está nem o que está sendo perguntado a ele". Nos últimos meses, o Paquistão tem interrogado vários cientistas do laboratório, depois de ter recebido documentos não especificados da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa nuclear do Irã, segundo funcionários. O Paquistão tem negado veementemente qualquer envolvimento oficial na possível proliferação nuclear para o Irã, Líbia e Coréia do Norte, mas admite que alguns cientistas podem ter agido individualmente. No seu primeiro discurso ao Parlamento no sábado, o presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, destacou que o mundo suspeita que o país está espalhando tecnologia nuclear e que o Paquistão tem de mostrar que é uma potência responsável. O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, disse este mês que os americanos apresentaram aos líderes paquistaneses evidências do envolvimento do Paquistão na transferência de tecnologia de armas nucleares. Combate à Al-Qaeda Apesar da conduta do Paquistão com relação à tecnologia nuclear não agradar aos Estados Unidos, o país é um aliado chave dos norte-americanos no combate à Al-Qaeda, e já deteve mais de 500 suspeitos nos últimos dois anos. Neste domingo, agentes paquistaneses prenderam mais sete suspeitos de pertencer à organização terrorista de Osama bin Laden. Funcionários da inteligência do Paquistão comandaram uma operação de busca num distrito de Karachi, no sul do país. Sem se identificar, um destes agentes disse que os presos são cinco homens e duas mulheres. Dois dos homens são egípcios, três são afegãos e as duas mulheres são árabes. Fontes informaram que os detidos são membros destacados da Al-Qaeda e que documentos, mapas do Paquistão e do Afeganistão e munição que estavam em seu poder foram apreendidos. Não foram divulgados detalhes sobre a posição dos presos na hierarquia da rede terrorista. O Ministro da Informação paquistanês, Sheikh Rashid Ahmed, disse que "um deles é um homem conhecido" do grupo de Osama bin Laden. As prisões ocorreram pouco depois de o governo afegão ter manifestado a suspeita de que antigos talibãs usavam o Paquistão para tentar retomar o poder. A região tribal do país é um dos refúgios onde suspeita-se que Bin Laden e outros da Al-Qaeda estejam escondidos.

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