Paquistão dirigirá conselho da AEIA

País não é signatário do TNP e mantém arsenal nuclear

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VIENA - O Paquistão se tornou o novo presidente do conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), entidade da ONU (Organização das Nações Unidas) para a supervisão nuclear nesta segunda-feira, 27, apesar de não estar dentro do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e de manter no país o traficante nuclear que forneceu o Irã e a Coreia do Norte. Diplomatas do Ocidente já sugeriram que não consideram a escolha ideal. Assim como Índia, Coreia do Norte e Israel, o Paquistão se absteve do TNP que está no centro do trabalho da AIEA. Mas as potências ocidentais não se opuseram à indicação de um grupo de Estados-membro do Oriente Médio e do sul da Ásia em uma reunião do conselho da AIEA nesta segunda-feira, que aprovou a escolha por aclamação, segundo um diplomata que participou da sessão fechada. O Paquistão é um membro antigo da AEIA, sediada em Viena, e a escolha está dentro das regras. O cargo de presidência do conselho tem mandato de um ano e é alternado entre as regiões, que indicam seu próprio candidato. Ele envolve presidir debates da entidade tomadora de decisões da AIEA, composta por 35 países, ajudando-os a chegarem a um consenso em decisões. A nomeação não significa que o Paquistão tenha poderes individuais para decidir sobre a política nuclear da ONU. O atual dirigente do conselho é a Malásia. O Irã e a Coreia do Norte são considerados grandes riscos para a proliferação pelo Ocidente, e acredita-se que esses países se beneficiaram de um círculo de tráfico nuclear promovido pelo cientista paquistanês Abdul Qadeer Khan. O cientista é o criador da bomba atômica paquistanesa e um herói nacional.

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