Paquistão em estado de alerta

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Paquistão está em estado de alerta nesta segunda-feira depois que granadas explodiram ontem numa igreja protestante, matando cinco pessoas, entre elas uma mulher norte-americana e sua filha de dezessete anos. Em um ataque dirigido claramente a estrangeiros, pelo menos um homem jogou granadas neste domingo no interior da Igreja Internacional do Paquistão enquanto os devotos, apavorados, gritavam e tentavam se proteger. O ataque deixou mais de 45 pessoas feridas e ocorreu durante o sermão matinal da igreja protestante. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas suspeita-se de extremistas islâmicos. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, condenou o ataque, que ocorreu em uma protegida área diplomática no coração da capital paquistanesa a menos de 400 metros da embaixada norte-americana. A secretária-assistente de Estado dos EUA, Christina Rocca, interrompeu uma viagem à Índia para acompanhar no Paquistão os corpos das duas norte-americanas mortas no atentado, Barbara Green e sua filha Kristen Wormsley, que cursava o último ano do colegial em uma escola dos EUA. Green e seu marido, Milton Green, trabalhavam na embaixada dos EUA. Um dos filhos do casal, de identidade ainda não divulgada, ficou levemente ferido. Outras três pessoas morreram no ataque - um afegão, um paquistanês e um terceiro ainda não identificado que pode ser o autor do atentado, disseram fontes oficiais do Paquistão. O ataque de domingo seria uma retaliação de extremistas islâmicos contra a guerra liderada pelos EUA de combate ao terrorismo e que tem o apoio do presidente do Paquistão, Pervez Musharraf. A onda de violência no país teve início quando o presidente paquistanês colocou, em janeiro, cinco grupos extremistas islâmicos na ilegalidade. Segundo o governo, esses extremistas estão tentando destruir os esforços do presidente de frear o terrorismo promovendo ataques a igrejas, estrangeiros e minorias. Musharraf reuniu nesta segunda-feira a cúpula militar para revisar a situação da segurança do país. Ele convocou um segundo encontro para amanhã com oficiais da Segurança e governadores. O seqüestro e assassinato do correspondente do Wall Street Journal, Daniel Pearl, parece fazer parte da campanha dos extremistas para constranger o governo paquistanês e enfraquecer o apoio dado pelo Ocidente. Quatro pessoas, incluindo o militante de origem britânica Ahmed Omar Saeed Sheikh, foram presos por suspeita de envolvimento no caso.

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