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Paquistão prende mentor de ataque a Mumbai

Líder do grupo radical islâmico Lashkar-i-Taiba é detido em ofensiva contra campo de treinamento na Caxemira

Por AP
Atualização:

Sob forte pressão da Índia, o Paquistão anunciou ontem a prisão do suposto mentor da série de ataques do dia 26 em Mumbai. Zaki-ur-Rehman Lakhvi - um dos líderes da organização radical islâmica Lashkar-i-Taiba - e outros 21 militantes foram capturados no domingo, durante uma incursão do Exército em um campo de treinamento perto de Muzaffarabad, maior cidade da Caxemira paquistanesa. Segundo testemunhas, primeiro helicópteros dispararam contra o campo e, em seguida, forças terrestres lançaram um violento assalto contra os militantes. A ação é a primeira resposta do Paquistão à pressão da Índia e dos EUA para que Islamabad feche o cerco aos responsáveis pelos três dias de terror na capital financeira indiana, que deixaram 173 mortos. Sem confirmar a prisão de Lakhvi, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean McCormack, disse que a operação do Paquistão é um "passo positivo". Nova Délhi afirma que todos os terroristas que atacaram Mumbai eram paquistaneses e exige a extradição dos acusados que se encontram no país vizinho. No entanto, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari - que na semana passada defendeu o julgamento dos suspeitos no Paquistão -, não se pronunciou sobre destino do líder terrorista. Não há acordos de extradição entre Islamabad e Nova Délhi. A informação de que Lakhvi foi o mentor dos ataques em Mumbai foi dada durante interrogatório pelo único terrorista que sobreviveu aos atentados, Ajmal Amir Kasab. Lakhvi teria recrutado os militantes. Em maio, o Departamento de Estado dos EUA publicou um documento no qual Lakhvi é apontado como ex-chefe de operações do Lashkar-i-Taiba na Chechênia, Bósnia e Sudeste Asiático. Ainda segundo a diplomacia americana, a organização tem ligações com a Al-Qaeda e enviou, em 2004, militantes e recursos ao Iraque em apoio aos grupos insurgentes que lutavam contra os EUA. QUEIMA DE SUPRIMENTOS Ainda ontem, militantes paquistaneses em Peshawar incendiaram dezenas de contêineres que armazenavam suprimentos destinados à Otan no Afeganistão. No domingo, eles atearam fogo em cerca de cem caminhões da aliança atlântica na mesma cidade, próxima da fronteira afegã. A rota que sai de Peshawar e segue até Torkham, no Afeganistão, é considerada a principal linha de suprimento das forças da coalizão lideradas pelos EUA. Mas o Pentágono qualificou ontem os ataques de "insignificantes". Em comunicado divulgado ontem pela internet, o líder do Taleban, mulá Omar, afirmou que a violência aumentará proporcionalmente ao reforço militar dos EUA no Afeganistão - uma das promessas de campanha do presidente eleito Barack Obama. "As baixas (da Otan) passarão de centenas para milhares", advertiu.

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