Paquistão quer julgar norte-americano por assassinato

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Por AE
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O ministro da Justiça da província do Punjab, Rana Sanaullah, disse que promotores irão ao tribunal amanhã para exigir que o norte-americano acusado de matar dois paquistaneses seja julgado. O caso abalou as relações entre Islamabad e Washington. No dia 27 de janeiro, Raymond Davis confessou ter matado a tiros dois homens paquistaneses, para se defender, à luz do dia, na cidade de Lahore. Um terceiro paquistanês foi atropelado e morto por um veículo consular que apareceu para levar Davis. O motorista fugiu e Davis foi levado pela polícia. Washington exige a imediata libertação de Davis e afirma que ele agiu para se defender e tem imunidade diplomática. Mas a questão se tornou uma bomba-relógio. O governo paquistanês está sob forte pressão doméstica para que Davis seja julgado no país e advogados locais afirmam que a imunidade diplomática pode ser revogada no caso de crimes graves. As mortes deram início a protestos no Paquistão, onde o sentimento antiamericano é alto, principalmente por causa da impopular aliança com Washington, da guerra no Afeganistão e dos ataques com mísseis norte-americanos contra islamitas no noroeste. A prisão preventiva de Davis vence amanhã, data na qual o juiz deve decidir se ele será transferido da custódia policial para prisão preventiva judicial, passo que antecede o julgamento. O ministro Rana Sanaullah disse que a promotoria vai trabalhar para que Davis seja acusado de assassinato. "Os investigadores concluirão seu trabalho esta noite e amanhã abriremos acusações de assassinato contra ele", disse Sanaullah à agência France Presse. "Um outro caso por porte irregular de arma também será aberto contra ele."Legisladores norte-americanos ameaçaram, na terça-feira, cortar a ajuda ao Paquistão e Washington advertiu que diálogos de alto nível estão em risco a menos que Davis seja libertado. Uma porta-voz da embaixada dos EUA disse que o norte-americano detido receberá aconselhamento legal quando comparecer ao tribunal amanhã.No Paquistão, poucas pessoas estão convencidas de que ele era apenas um diplomata. Os Estados Unidos ainda não confirmaram seu nome e seu cargo. A polícia disse à France Presse que recuperou uma pistola Glock, quatro revistas, um aparelho de GPS e uma pequeno telescópio de seu carro. As informações são da Dow Jones.

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