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Paquistão tem presidente do parlamento, mas não primeiro-ministro

Por Agencia Estado
Atualização:

Legisladores paquistaneses elegeram hoje o presidente e o vice-presidente do Parlamento no primeiro ato oficial desde que assumiram o mandato no fim de semana, mas esforços para forjar uma coalizão governista não produziram efeitos, deixando o país sem um primeiro-ministro. Na noite desta terça-feira, o presidente general Pervez Musharraf convocou uma reunião do Parlamento para a quinta, com a intenção de escolher um primeiro-ministro, e um acordo é esperado até a data. Legisladores escolheram Chaudhry Amir Hussain, um político leal ao governante militar Pervez Musharraf, como presidente da casa, um sinal de que o partido do presidente emergirá na frente de uma coalizão. O vice presidente é Sardar Muhammad Yaqub, também leal a Musharraf. Ambos foram eleitos por ampla margem, obtendo mais que o dobro dos votos que seus rivais mais próximos. Os três principais partidos - o pró-Musharraf Liga Muçulmana Paquistanesa Qaid-e-Azam, o Partido do Povo Paquistanês, da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, e um bloco de partidos islâmicos radicais - têm negociado desde as eleições de 10 de outubro visando a formação de um governo. Nenhum desses grupos conseguiu maioria na votação, e a aliança religiosa, conhecida como Fórum da Ação Unida, tem agido como o fiel da balança desde a votação. Se a aliança islâmica realmente fizer parte de uma coalizão governista, isto certamente fará acender a luz amarela em Washington, que conta com o Paquistão como aliado-chave na guerra contra o terrorismo. O bloco religioso teve sua melhor votação da história com uma plataforma antiamericana. Ele prometeu expulsar as tropas norte-americanas e promover uma revolução islâmica no Paquistão. Hoje, um membro do bloco islâmico interrompeu a sessão para fazer uma oração a Aimal Kasi, um paquistanês executado nos EUA na semana passada pelo assassinado de dois empregados da CIA em 1993. "Que sua alma seja abençoada e sua família tenha paciência", disse o legislador Hafiz Hussain Ahmed, um integrante do partido Jamiat-e-ulema Islam, que faz parte da aliança islâmica. "Que sejam destruídos aqueles que o entregaram (aos norte-americanos)". Kasi fugiu dos EUA depois do crime e foi detido num hotel em Karachi por agentes paquistaneses trabalhando com o FBI.

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