20 de agosto de 2010 | 09h40
Enquanto o governo paquistanês, subjugado pela enorme dimensão do desastre, luta para alcançar milhões de pessoas, as entidades islâmicas, com muito menos recursos, conseguiram rapidamente preencher essa lacuna.
Não seria a primeira vez que o governo anuncia restrições a entidades ligadas a grupos islâmicos. Mas críticos dizem que organizações proibidas costumam ressurgir com novos nomes, e que as autoridades não se interessam em impedir suas operações.
"As organizações proibidas não estão autorizadas a visitar áreas afetadas pela inundação", disse o ministro do Interior, Rehman Malik, a jornalistas. "Vamos prender os membros de organizações proscritas que estiverem coletando fundos, e vamos julgá-los sob a Lei de Antiterrorismo."
O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, e o influente senador norte-americano John Kerry alertaram na quinta-feira que militantes estavam tentando promover sua causa junto às vítimas das enchentes, a exemplo do que já ocorrera após o terremoto de 2005 na Caxemira paquistanesa.
Segundo a ONU, mais de 4 milhões de paquistaneses estão desabrigados após quase três semanas de inundações em grande parte do país e 8 milhões precisam de ajuda humanitária urgente.
As enchentes devastaram aldeias, usinas elétricas e estradas em todo o país, ampliando a impopularidade do governo, que recentemente vinha conseguindo avanços contra a insurgência do Taliban.
Na quinta-feira, os EUA prometeram mais 60 milhões de dólares em ajuda ao Paquistão, elevando o seu total a mais de 150 milhões. A Grã-Bretanha informou que duplicará sua contribuição, chegando a quase 100 milhões de dólares. A União Europeia, que já havia prometido 110 milhões de euros, elevou a oferta em 30 milhões de euros (38,5 milhões de dólares).
A ONU diz que o Paquistão precisaria de 459 milhões de dólares urgentemente, e que apenas 60 por cento dessa quantia já foi oferecido.
(Reportagem adicional de Louis Charbonneau e Patrick Worsnip na ONU)
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