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Para 57% das eleitoras, Roy Moore é culpado de assédio sexual

Doug Jones registrou uma vantagem de 16 pontos porcentuais sobre seu opositor entre as mulheres; seu rival republicano prevaleceu entre os homens com uma margem semelhante, de 56% a 42%.

Por Claudia Trevisan , Correspondente e O Estado de S.Paulo
Atualização:

WASHINGTON - As acusações de abuso sexual contra o republicano Roy Moore são verdadeiras na opinião de 57% das mulheres que votaram na eleição especial para uma cadeira no Senado pelo Alabama, na terça-feira. E a maioria delas optou por Doug Jones.

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O confronto registrou um abismo entre eleitores do sexo masculino e feminino superior ao que marcou a disputa entre Donald Trump e Hillary Clinton no ano passado.

Jones registrou uma vantagem de 16 pontos porcentuais sobre seu opositor entre as mulheres, com um placar de 57% a 41%, segundo pesquisa de boca de urna do Edison Research. Moore prevaleceu entre os homens com uma margem semelhante, de 56% a 42%.

Entre as mulheres que têm filhos, a vantagem do democrata sobre o republicano foi de 34 pontos porcentuais: 66% a 32%.

David Karol, cientista político da Universidade de Maryland, avaliou que a derrota do republicano no Alabama é uma indicação da força que as acusações de abuso sexual ganharam na sociedade americana. Embaladas pelo movimento #MeToo (#EuTambém), muitas mulheres vieram a público nas últimas semanas denunciar homens em posições de poder, o que levou a renúncias e demissões de parlamentares, figuras de Hollywood e jornalistas.

“Trump é parte disso”, observou Karol, lembrando que as mulheres que acusaram o presidente de assédio sexual durante a campanha de 2016 vieram a público de novo pedir que o Congresso investigue as alegações. “Essa questão não vai desaparecer.” Evangélico e ultraconservador, Moore liderava as pesquisas de intenção de voto até o início de novembro, quando o Washington Post publicou relatos de mulheres que disseram ter sido molestadas sexualmente pelo candidato quando eram adolescentes, nos anos 70. 

Moore já era uma figura controvertida, em razão de sua defesa da aplicação da lei divina, da condenação à homossexualidade e da posição de que muçulmanos não deveriam servir no Congresso dos EUA. Mas foram as denúncias de caráter sexual que reduziram suas chances e se refletiram nos resultados.

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