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Para analista, problema entre a China e os EUA é comercial

Dick Cheney mostrou preocupação com o rápido crescimento militar do país e lançamento de primeiro míssil anti-satélite chinês em visita a Austrália

Por Agencia Estado
Atualização:

Os acadêmicos chineses responderam neste sábado as críticas do vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, afirmando que o problema entre os dois países não é militar, e sim comercial, informou o jornal China Daily. "Apesar da preocupação de Cheney com a evolução armamentista chinesa, o objetivo em assuntos exteriores da China é óbvio: buscar um crescimento pacífico", disse o catedrático Shi Yinhong, da Escola de Estudos Internacionais da Universidade Popular de Pequim. "O assunto mais urgente para as relações bilaterais entre China e EUA é comercial e não militar", acrescentou Shi. O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, deve ir a Pequim em março para negociar conflitos comerciais, já que o déficit dos EUA com a China é de cerca de US$ 200 bilhões. Cheney disse na sexta-feira na sua visita à Austrália que o rápido crescimento militar da China e o lançamento de seu primeiro míssil anti-satélite não combinavam com a vontade anunciada pelo governo chinês de crescer de forma pacífica como uma potência global. O governo chinês ainda não se pronunciou sobre as palavras de Dick Cheney. A administração do presidente George W. Bush se referiu à China como ameaça militar em diversas ocasiões nos últimos anos. Shi prevê que as opiniões de Cheney sobre a ameaça militar chinesa receberão apoio de poucos países, "mas sua influência internacional não será substancial". O jornal lembra que Cheney foi um dos defensores da invasão do Iraque em 2003, e ressalta que na sexta-feira, em Sydney, o vice-presidente também elogiou o papel da China nas negociações para o desarmamento nuclear norte-coreano.

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