Para analistas, crise síria não ameaça Tel-Aviv

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Por Nathalia Watkins
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Apesar de se preparar para diferentes cenários de guerra, Israel acompanha os acontecimentos na Síria com um certo alívio. Os principais analistas do país não acreditam que um Oriente Médio instável possa prejudicar a segurança israelense, pelo menos a curto e médio prazo."A crise na Síria acalma Israel. Estamos ainda mais distantes de uma guerra total", afirma o especialista Eyal Zisser, da Universidade de Tel Aviv. Para ele, a preocupação com a crise interna tira o foco do inimigo comum representado pelo Estado Judeu."Todas as tropas do exército sírio estão nas ruas. Não há interesse em abrir outra frente de guerra neste momento", acrescenta Zisser. Para o especialista, com as revoluções árabes, Israel perdeu a estabilidade da qual desfrutava no passado, quando os líderes tinham interesse em manter acordos de paz, no caso do Egito, ou sustentar o status-quo, como é o caso da Síria. "Esses países estão fracos e não podem enfrentar Israel militarmente", sustenta. Zisser ressalta que esse período de tranquilidade será substituído por uma grande incerteza regional, depois que novos governos forem instaurados nos países em transição.De acordo com o especialista em política síria da Universidade Bar-Ilan e militar na reserva Mordechai Keidar a Síria deixará de ameaçar Israel. "A Síria será dividida em unidades nacionais distintas, como é a sua natureza. Isso é positivo para Israel", diz. Keidar avalia que a região ficará mais estável se o ditador sírio, Bashar Assad, for deposto, o que, para ele, é apenas uma questão de tempo. "Assad tentou desviar o foco do massacre que acontece em suas cidades ao incitar violência na fronteira com Israel - e fracassou", lembra Keidar.Quanto ao Egito, Keidar avalia que o regime pós-Mubarak limitará as relações diplomáticas com Israel e prejudicar o fornecimento de gás, mas não deve investir em um conflito armado: "O Egito é fraco e tem outras preocupações", conclui.

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