26 de maio de 2009 | 10h03
As penalidades impostas à Coreia do Norte a partir de 2006, quando o país fez seu primeiro teste nuclear, foram relativamente limitadas. Basicamente, restrições financeiras e proibições à venda de armas, bens de luxo e materiais que poderiam ser usados no seu programa nuclear. O objetivo - da mesma forma que na imposição de sanções ao Irã - era evitar a repetição do caso iraquiano, criticado por órgãos de defesa dos direitos humanos. Mas o fato de Pyongyang não ter cedido à pressão põe em evidência, segundo especialistas, a necessidade de aprimorar a estratégia.
?Começou-se a pensar em ''sanções específicas'' após o fracasso das amplas sanções impostas nos anos 90 ao Iraque, que desmontaram a economia do país e causaram grande sofrimento para a população?, disse Peter Wallensteen, especialista em sanções da Universidade de Uppsala, na Suécia. Entre essas novas ?sanções específicas? estão, por exemplo, as restrições às viagens e o confisco de ativos de determinadas autoridades, além da proibição do comércio de alguns produtos, como armas, bens de luxo e diamantes. ?Mas as dificuldades desse novo sistema são grandes, até porque é difícil saber quem deve estar na lista dos alvos das retaliações.?
São muitos os fatores que influenciam os resultados das sanções econômicas, a começar pelo grau de adesão dos vizinhos e o isolamento do país alvo (particularmente importante no caso norte-coreano). O norte-americano Gary Hufbauer, do Peterson Institute, analisou 174 casos de sanções para escrever o livro Economic Sanctions Reconsidered e explica que os objetivos também contam. ?Tiveram sucesso 50% das sanções adotadas para pressionar por alterações modestas nas políticas do país alvo, 30% das que buscavam uma mudança de regime e 20% daquelas cujo objetivo era conter ações militares.?
Hufbauer diz que se o impacto de uma medida de retaliação é limitado, em alguns casos o governo do país atingido pode se sentir menos pressionado a fazer mudanças. ?Mas, em geral, a taxa de eficiência das sanções específicas tende a ser parecida com a das amplas. E como os custos para a população são menores, elas parecem ser a melhor opção?, afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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