Para ativista, internet flexibiliza regime chinês

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Por Cláudia Trevisan e PEQUIM
Atualização:

[O SHOW]Teng Biao estudou durante 11 anos para se tornar advogado, mas desde 1º de junho, ele está impedido de exercer a profissão. O governo chinês cancelou sua licença depois que ele assinou uma carta aberta, junto com outros advogados, oferecendo-se para defender os acusados de participação nos protestos contra a China que ocorreram no Tibete, em março. Aos 35 anos, Teng também pode perder o cargo de professor da Universidade de Ciência Política e Direito da China e está impossibilitado de sair do país. Em janeiro, a polícia o deteve no aeroporto de Pequim e confiscou seu passaporte. Em março, ele foi preso e interrogado durante 41 horas por pessoas que não se identificaram. Desde que começou na profissão, Teng vive às turras com as autoridades chinesas porque se dedica a casos relacionados à violação das liberdades individuais. "Dou atenção a temas como liberdade de expressão, dissidentes políticos, liberdade religiosa, tortura e casos de condenação à morte", disse em entrevista ao Estado. Apesar da sucessão de retaliações que sofre, ele acredita que a situação dos direitos humanos na China está melhor hoje do que em 2003, quando ele começou na profissão. "Se você criticasse o governo há sete anos, seria condenado a dez anos de prisão. Hoje, você pega um ano ou pode só perder seu emprego", declarou. Segundo ele, o tímido avanço só ocorreu em razão de pressão da frágil sociedade civil chinesa. "A internet trouxe muitas oportunidades para os chineses comuns. Com a internet e a economia de mercado, é muito difícil impedir a sociedade civil de se exprimir."

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