Para autoridade, prisão de iranianos no Iraque é ´autodefesa´

Premier iraquiano pediu que EUA e Irã resolvessem seus problemas fora do país

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Por Agencia Estado
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A detenção de cinco iranianos em território iraquiano, no início de janeiro, é "direito de autodefesa". Esta é a opinião do subsecretário de Estado dos Estados Unidos, Nicholas Burns. A declaração foi dada nesta quinta-feira, durante a transmissão de uma entrevista do oficial norte-americano à Rádio Pública Nacional (NPR). "Localizamos indivíduos que acreditamos que estejam oferecendo tecnologia de explosivos muito sofisticada aos grupos insurgentes xiitas, que atacam e matam soldados americanos. É uma situação muito séria e a mensagem dos EUA é que o Irã deve parar e desistir", afirmou, categoricamente, Burns. "Avisamos ao Irã em particular em diversas ocasiões nos últimos meses. Os iranianos, porém, não parecem escutar. Por isso começamos a deter os seus oficiais", disse Burns, afirmando que com as detenções os EUA só exercem seu "direito de autodefesa". No início de janeiro, tropas americanas detiveram cinco iranianos no consulado do Irã em Erbil (Curdistão, norte do Iraque). Eles foram acusados de proporcionar ajuda e armas à insurgência. Burns não confirmou nem descartou as suspeitas do Pentágono de que agentes iranianos estejam por trás do ataque de 20 de janeiro em Karbala (sul do Iraque), no qual morreram cinco soldados dos EUA. Mensagem ao Irã Durante a entrevista, o subsecretário deixou um claro aviso ao país governado por Mahmoud Ahmadinejad: o Irã deve parar de ajudar a insurgência iraquiana com tecnologia armamentista sofisticada, usada para matar os soldados americanos postados no Iraque. O alto funcionário do Departamento de Estado americano disse que está seguindo a pista da participação iraniana na insurgência iraquiana há dois anos. Segundo Burns, há crescentes evidências de que o Irã ajuda os xiitas no sul do Iraque. Para ele, a assistência se estende de Basra (segunda cidade mais populosa do país) até a região de Bagdá, causando mais baixas entre as tropas britânicas e americanas. O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, pediu aos EUA e ao Irã que não utilizem o Iraque como "um campo de batalha" em entrevista à CNN divulgada também nesta quinta-feira, no site da rede. Maliki destacou que não vai aceitar "que o Irã use o Iraque para atacar as forças americanas" e que não quer "que as forças dos EUA usem o Iraque para atacar Irã e Síria". "Sabemos que os dois têm um problema com o outro, mas pedimos, por favor, que resolvam isso fora do Iraque", acrescentou.

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