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Para britânicos, Bush é mais perigoso que Ahmadinejad

Pesquisa foi divulgada pouco antes das eleições de meio de mandato nos EUA e em meio a críticas de eleitores que querem a volta dos soldados americanos no Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

Os britânicos consideram o presidente americano, George W. Bush, mais perigoso para o mundo que o líder da Coréia do Norte, Kim Jong-il - que testou uma bomba no mês passado -, ou o atual presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, indicou uma pesquisa publicada nesta sexta-feira pelo jornal The Guardian. Na Grã-Bretanha, uma tradicional aliada dos EUA, Bush só perde para o líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden. Ainda segundo a pesquisa, que foi realizada de forma conjunta pelo Guardian (Grã-Bretanha), Haaretz (Israel), La Presse e Toronto Star (Canadá) e Reforma (México), a maioria das pessoas pesquisadas nos quatro países acha que a política externa dos EUA depois de 11 de setembro de 2001 tornou o mundo menos seguro. Na Grã-Bretanha, 87% dos entrevistados consideram Bin Laden a pessoa mais perigosa, seguido do presidente Bush (75%), de Kim (69%), do líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah (65%) e Ahmadinejad (62%). Tanto o Irã como a Coréia do Norte foram incluídos por Bush no chamado "eixo do mal" em 2002. A Coréia do Norte atraiu condenação internacional ao testar uma bomba atômica em 9 de outubro e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU estudam sanções contra o Irã por se recusar a paralisar seu programa de enriquecimento de urânio. Os EUA e outros países temem que o Irã esteja tentando fabricar armas nucleares, mas Teerã assegura que busca apenas suprir sua crescente necessidade de energia. Outro rumo Em Israel, apenas 23% dos pesquisados consideram Bush uma ameaça. Para os israelenses, Ahmadinejad - que declarou que Israel deveria ser varrido do mapa - é a principal ameaça, seguido por Bin Laden, indicou a pesquisa. Com relação à invasão do Iraque, em março de 2003, somente os israelenses (59%) continuam achando que ela foi justificada. Na Grã-Bretanha, onde a popularidade do primeiro-ministro Tony Blair foi duramente afetada pela guerra no Iraque, 71% dos britânicos acreditam que a invasão para depor o ditador iraquiano Saddam Hussein foi injustificada. Essa opinião é compartilhada por 89% dos mexicanos, 73% dos canadenses e 34% dos israelenses. A pesquisa foi divulgada cinco dias antes das eleições de meio de mandato nos EUA e em meio a um crescente número de eleitores que querem que os soldados americanos no Iraque voltem para casa. A sondagem foi realizada entre os dias 27 e 30 de outubro na Grã-Bretanha pela empresa ICM. Cerca de mil pessoas foram entrevistadas em cada país e a pesquisa tem uma margem de erro de 3 pontos porcentuais.

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