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Para comandante dos EUA, Iraque precisa de nova direção

"Me parece bastante óbvio que o que temos feito não funcionou", declarou William Fallon, nomeado por Bush para comandar as tropas americanas no Oriente Médio

Por Agencia Estado
Atualização:

O almirante William Fallon, designado pelo presidente George W. Bush para substituir o general John Abizaid na liderança do Comando Central dos Estados Unidos no Oriente Médio, afirmou nesta terça-feira que são necessárias ações "novas e diferentes" para estabilizar o Iraque. Em sintonia com recentes declarações de Bush sobre a ingerência do Irã em conflitos da região, Fallon também alertou sobre o "perigo" representado pela atuação do país persa além de suas fronteiras. "Me parece bastante óbvio que o que temos feito não funcionou. O que temos que fazer, na minha opinião, é algo diferente", declarou o almirante à Comissão de Forças Armadas do Senado. Na audiência para sua confirmação como chefe do Comando Central americano, o futuro responsável pelas operações militares no Iraque, Afeganistão e em outros países do Oriente Médio mostrou-se convencido de que "a situação do Iraque pode ser mudada". Fallon foi nomeado por Bush para substituir o general John Abizaid, que está se aposentando após quatro anos como chefe do Comando Central dos EUA no Oriente Médio. Apesar de apontar a necessidade de um novo caminho, o almirante alertou que não há muito tempo para que as mudanças sejam feitas, e destacou a inexistência de "garantias". Para alcançar este objetivo, são necessárias "ações novas e diferentes", não só em nível militar, mas também nas esferas política e econômica, declarou o atual líder das forças americanas no Pacífico. Desconhecimento Ao ser perguntado pelo senador democrata Carl Levin sobre a decisão do presidente americano de enviar tropas adicionais ao Iraque e sobre as possibilidades de êxito de sua estratégia, o almirante reconheceu que não teve tempo para a analisar o novo plano de forma profunda pelo fato de continuar atuando como chefe das operações americanas no Pacífico. "Me surpreende o Sr. não ter esse conhecimento, francamente", censurou o democrata, que é presidente da Comissão. Além disso, Fallon não quis se pronunciar sobre o tamanho da confiança ante os desafios que o governo e as Forças de Segurança iraquianas têm diante de si, embora tenha dito que "provavelmente houve um equívoco" ao se avaliar a capacidade das autoridades iraquianas para controlar a situação após a derrocada do ex-presidente Saddam Hussein. O que está muito claro, afirmou, é que no Iraque, no Afeganistão e em qualquer outra parte "são necessárias avaliações sinceras" da situação, o que se comprometeu a fazer caso seja confirmado no cargo. Caso receba a autorização do Senado - algo praticamente certo - William Fallon, um militar de 62 anos e com longa experiência em aviação naval, tornar-se-á o primeiro oficial da Marinha na liderança do Comando Central americano. Também aconteceu nesta terça-feira a audiência de confirmação do ex-diretor de inteligência dos EUA John Negroponte como vice-secretário de Estado. Negroponte, que deve liderar os esforços diplomáticos do governo americano para solucionar o conflito do Iraque, foi ouvido a Comissão de Relações Exteriores do Senado.

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