Para Durão Barroso, UE já 'está no segundo tempo' da crise

Presidente da Comissão Europeia se reuniu com Dilma Rousseff em Nova York.

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Por Pablo Uchoa
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O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse nesta segunda-feira que a União Europeia está "no segundo tempo" da crise econômica, mas lembrou que as respostas em combate à desacelerção econômica "necessariamente levam algum tempo para terem sucesso". Falando após encontro com a presidente Dilma Rousseff em Nova York - uma reunião de cerca de duas horas -, Durão Barroso disse que teve oportunidade de "explicar como estou vendo atualmente a situação na zona do euro". "Para o Brasil, que gosta tanto de futebol, eu posso usar uma imagem: quando me perguntam sobre a crise do euro, eu digo que já passamos o primeiro tempo e estamos na segunda parte do jogo", comparou. "Contrariamente ao que diziam os apostadores, não perdemos nenhum jogador, ninguém foi expulso, não perdemos, estamos agora no segundo tempo e o que eu peço aos jogadores europeus, ao time Europa, é que não percam agora a concentração. Se nos mantivermos todos nessa linha, para marcar alguns gols, não vamos precisar de prorrogação." Repetindo que o euro "não está em questão", Durão Barroso reconheceu que "honestamente essa situação teria sempre de durar algum tempo para ser resolvida". "São muitas as causas de crise financeira e por isso as respostas necessariamente levam algum tempo para terem sucesso." Acordo UE-Mercosul Segundo ministros do governo brasileiro, durante o encontro, além da crise da zona do euro, Dilma e Durão Barroso trataram do acordo UE-Mercosul, que se arrasta há 12 anos. A presidente seria favorável a um acordo que abra espaço para as mercadorias no continente europeu. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o governo brasileiro vai tentar marcar uma reunião sobre o assunto no início de janeiro de 2013, quando Durão Barroso estará no Brasil de passagem para a Cúpula America Latina-Caribe-UE, que se realizará no fim de janeiro em Santiago, no Chile. Questionada por jornalistas sobre se os dois líderes trataram também da retomada da chamada Rodada Doha, que tem como finalidade chegar a um acordo global de liberalização do comércio, a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, disse que o tema foi tratado "rapidamente". Em junho, durante o encontro do G20, a própria Dilma indicou que o Brasil passará a fazer pressão para que os países retomem a Rodada Doha a partir do fim de 2013 já com uma data de conclusão. As negociações foram suspensas em 2008, quando os países decidiram manter o status quo do comércio mundial e dedicar mais atenção a combater os efeitos da desaceleração. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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