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Para embaixador, Brasil terá 'problema' se deixar Haiti

Por Felipe Werneck
Atualização:

O embaixador e chefe de gabinete da Secretaria-Geral do Ministério das Relações Exteriores, Flávio Helmold Macieira, avaliou hoje, em palestra para militares no Campo dos Afonsos, base da Força Aérea Brasileira (FAB) no Rio de Janeiro, que a eventual retirada das tropas que atuam no Haiti será um "problema" para o Brasil. Para Macieira, a experiência brasileira no Haiti é "altamente sensível". "Há um problema de saída. A missão até agora tem conseguido sucesso parcial de permanência e bom controle da situação, tem contribuído muito para o nosso prestígio, mas o que vai acontecer no momento da saída de um país devastado?", indagou, para em seguida responder: "Aí a missão pode ser vista como malograda". "Esse é o nosso problema", afirmou. No discurso para a platéia de militares, o embaixador ressaltou a necessidade de um esforço internacional para que o Haiti tenha uma situação de paz consolidada. "A dificuldade é muito séria. Há um progresso interessante, mas o fato é que exige um esforço gigantesco que precisa ser partilhado por toda a sociedade. Um trabalho de mobilização para que essa missão tão difícil para o Brasil dê certo." Porém, Macieira disse que o Brasil obteve êxito até o momento numa tarefa em que, afirmou, franceses e norte-americanos falharam anteriormente. "O Brasil tem tido um sucesso que grandes potências não tiveram, elas fracassaram ao tentar pacificar o Haiti. E o Brasil, com a presença das Forças Armadas e até da seleção brasileira de futebol, tem conseguido sucesso parcial", disse.

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