Para EUA, Iraque não deve assumir agência de desarmamento

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Por Agencia Estado
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O governo dos EUA pediu nesta quinta-feira que a Conferência sobre Desarmamento (CD), da qual participam 66 nações, rejeite os planos iraquianos de assumir a presidência do organismo, que é o principal foro mundial para negociar a redução de armas. "Para os EUA, é inaceitável que o Iraque assuma a presidência da CD", disse o subsecretário de Estado Stephen Rademacher. "Seria inaceitável para todos os partidários da CD". Segundo a rotação alfabética da presidência entre os países membros, o Iraque deve assumir a liderança em 17 de março, durante um mês, na mesma época de uma possível ação militar liderada pelos EUA contra Bagdá, que tem como justificativa o suposto fato de que o país árabe não teria eliminado suas armas de destruição em massa. "Durante quase 12 anos, o regime iraquiano desafiou o Conselho de Segurança das Nações Unidas", obstruindo a tarefa dos inspetores da ONU, afirmou Rademacher. "A atividade iraquiana em relação às armas de destruição em massa pode ter diminuído, mas nunca foi interrompida". O embaixador iraquiano, Samir al-Nima, negou que seu país tenha tais armas e disse que os EUA "usam dois pesos e duas medidas". "Os EUA foram o único e o primeiro país a usar estas armas", afirmou. O diplomata rejeitou a iniciativa americana de modificar as regras de procedimento sobre a designação da presidência rotativa. "Seria um precedente muito sério", disse. Rademacher falou aos repórteres após informar à conferência que os EUA ainda não haviam decidido sobre como proceder a respeito de uma possível presidência iraquiana. "Ainda estamos consultando outros governos representados na Conferência sobre Desarmamento sobre como lidar com esta questão extremamente embaraçosa", disse. Quando interrogado sobre se os EUA boicotariam a conferência no caso de o Iraque assumir a presidência, Rademacher respondeu que "estamos considerando todas as opções".

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