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Para evitar dissidência, líder social-democrata alemão desiste de ministério

Martin Schulz recusa pasta de Relações Exteriores para fortalecer apoio dentro do seu partido à coalizão com conservadores de Merkel

Atualização:

BERLIM - O líder do Partido Social-democrata Alemão (SPD) , Martin Schulz, desistiu nesta sexta-feira, 9, do cargo de ministro das Relações Exteriores no próximo governo de Angela Merkel, no último episódio do imbróglio político na Alemanha. A decisão se deve ao risco de dissidência interna no partido diante do acordo com a União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler, selado no começo da semana. O SDP deve referendar o pacto em uma votação interna em 4 de março. 

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Schulz foi muito criticado em seu partido por ter reivindicado na quarta-feira o posto de chefe da diplomacia como parte de um acordo de coalizão.  Um resultado positivo no referendo interno está distante de ser alcançado, por isso Schulz explicou que se retiraria para evitar dividir ainda mais a formação.

Os integrantes da grande coalizão alemã, Horst Seehofer (à esquerda),Angela Merkel,e Martin Schulz (à direita) anunciam a formação do governo Foto: REUTERS/Hannibal Hanschke

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"As discussões sobre a minha pessoa ameaçam o sucesso do voto. Declaro, portanto, que renuncio à minha entrada no governo", disse em um comunicado.

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O líder do SPD, que conduziu o partido aos resultados mais baixos de sua história nas eleições de setembro, foi atacado na quinta-feira à noite por seu predecessor à frente do partido e atual ministro das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel.

"O que resta é somente o lamento (de ver) a que ponto entre nós no SPD agimos com pouco respeito e ver que a palavra dada vale muito pouco", declarou Gabriel.

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Ele acrescentou que sua filha Marie, ainda criança, disse-lhe após o acordo governamental: "Não fique triste, papai, você vai ter mais tempo para nós agora".

O quarto governo de Angela Merkel tem recebido críticas de todas as partes, antes mesmo de tomar posse. Muitos conservadores acusam a chanceler de ter feito muitas concessões ao SPD para manter o poder. / AFP

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