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Para Israel, líder do Hezbollah "cospe na cara" do mundo

Para o governo israelense, fala de Hassan Nasrallah é uma afronta ao governo libanês e ao mundo civilizado

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo de Israel qualifica de "cusparada na cara" da comunidade internacional as declarações feitas, nesta sexta-feira, pelo líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, que afirmou que não existe nenhum Exército no mundo que possa obrigar sua milícia a desarmar-se. A afirmação foi feita pelo porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores israelense, Mark Regev, ao referir-se ao primeiro discurso público após o conflito, feito ontem por Nasrallah durante uma grande concentração em Beirute, denominada "manifestação da vitória". A resolução 1.701 do Conselho de Segurança da ONU, que pôs fim a mais de 30 dias de combates entre Israel e Hezbollah em 14 de agosto, exige o desarmamento de "todos os grupos armados no Líbano". A comunidade internacional enviou milhares de tropas para apoiar o Exército regular libanês, como parte da missão interina da ONU para o Líbano, e que se encontram posicionadas em diferentes pontos do sul do país árabe. Sobre o desarmamento do Hezbollah, como exige a resolução do Conselho de Segurança da ONU, Nasrallah disse que a milícia não estará sempre armada, mas antes é preciso "tratar várias causas" que, na sua opinião, justificam tal medida, entre elas "a incapacidade do Exército para defender o país". Nasrallah advertiu que "nenhum Exército do mundo poderá forçar" o Hezbollah a deixar as armas, as quais "não são xiitas; são armas libanesas para todos os libaneses e nunca serão usadas dentro do país". O porta-voz israelense acrescentou que "Nasrallah não só lança uma afronta ao Governo do Líbano, mas a toda a comunidade internacional que não pode permitir esta cusparada extremista financiada pelo Irã na cara da comunidade de nações civilizadas". Cerca de 800 mil pessoas, a maioria xiitas, participaram da manifestação de ontem pelas ruas dos bairros do sul de Beirute.

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