Para Japão e EUA, Coréia do Norte não cumprirá prazo

Acordo assinado em fevereiro previa que Pyongyang desativasse sua central de Yongbyon até 14 de abril; Liberação dos fundos ainda impede continuidade

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Por Agencia Estado
Atualização:

O negociador americano para a Coréia do Norte, Christopher Hill, e o ministro de Assuntos Exteriores japonês, Taro Aso, consideraram nesta terça-feira, 10, improvável que Pyongyang cumpra o prazo fixado para sua desnuclearização, informou a agência Kyodo. O acordo assinado em 13 de fevereiro, em Pequim, no marco das conversas de seis lados, impunha um prazo de 60 dias ao regime norte-coreano para que fechasse sua central de Yongbyon e permitisse a entrada de inspetores da ONU em suas instalações nucleares. O prazo vence no próximo sábado, 14, e nem Japão nem EUA esperam que a Coréia do Norte dê os primeiros passos para a sua desnuclearização dentro desse período. O principal obstáculo para que o processo siga adiante, argumento de Pyongyang para deixar em ponto morto o acordo de Pequim, são os US$ 25 milhões em contas coreanas que se encontram bloqueadas no Banco Delta Asia de Macau. Estes fundos, que foram detidos durante 19 meses por pressões dos EUA, foram descongelados em meados de março para facilitar o processo, mas Pyongyang ainda não teve acesso a essas contas por "problemas técnicos". Hill disse nesta terça-feira em Tóquio que a cada dia o assunto dos fundos norte-coreanos dificulta as negociações sobre o tema nuclear. No entanto, o negociador dos EUA insistiu em que "a questão-chave não é a devolução do dinheiro, mas persuadir a Coréia do Norte a abandonar seu projeto nuclear e a produção de armas de destruição em massa", segundo a cadeia pública japonesa NHK. Aso qualificou de "extremamente difícil" que a transferência dos fundos norte-coreanos a um banco chinês aconteça antes deste sábado. No acordo alcançado em fevereiro nas conversas de seis lados, nas quais participam as duas Coréias, EUA, Japão, China e Rússia, os signatários se comprometeram a enviar ajuda econômica e energética à Coréia do Norte em troca de Pyongyang iniciar sua desnuclearização.

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