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Para Johnson, futuro do Reino Unido é com os EUA; leia análise

Primeiro-ministro acredita que para manter a relevância de seu país é necessário ajudar o governo Joe Biden a enfrentar os desafios da Rússia e da China.

Por Mark Landler
Atualização:

Depois de abandonar a União Europeia, o Reino Unido agora quer se vincular mais aos Estados Unidos diante de um mundo perigoso, revelou um projeto há muito aguardado para sua política externa pós-Brexit. O primeiro-ministro Boris Johnson apresentou o documento – resultado de uma longa revisão das estratégias de segurança, defesa, desenvolvimento e política externa – como um argumento de como o Reino Unido permanecerá relevante globalmente. Uma das formas, segundo Johnson, é ajudar o governo Joe Biden a enfrentar os desafios da Rússia e da China.

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Johnson e seus aliados há muito argumentam que o Brexit liberaria o Reino Unido para agir como uma potência marítima ágil no cenário mundial – um conceito que eles chamaram de “Reino Unido Global”. Mas relatório foi notável não por destacar as oportunidades que aguardam o Reino Unido, mas por enfatizar a necessidade de se preparar para um mundo de ameaças e inimigos. Guerra cibernética, dissuasão nuclear e pressão sobre a China, Rússia serão todos elementos inevitáveis do futuro papel do Reino Unido, disse Johnson.

Entre seus compromissos específicos: um aumento de US$ 32 bilhões em gastos militares, que inclui o aumento do limite do arsenal nuclear do Reino Unido e um plano para enviar seu novo porta-aviões, o Queen Elizabeth, para a Ásia, onde reforçará a Marinha dos EUA em seus esforços de mandar uma mensagem dissuasora para a China.

O primeiro-ministro britânico Boris Jonhson Foto: Andrew Milligan/Pool via REUTERS

Mas o relatório também reconheceu implicitamente as limitações que o Reino Unido enfrenta após o Brexit.  Para os críticos, algumas das iniciativas de Johnson parecem grandiosas para um país que agora é essencialmente uma potência de médio porte.

O envio do porta-aviões para a Ásia, por exemplo, remete ao passado imperial do Reino Unido, assim como a ênfase do governo em reconstruir sua presença na região Indo-Pacífico. Johnson tomou nota da crítica: “O Reino Unido global não é um reflexo de velhas obrigações, e menos ainda um gesto vanglorioso, mas uma necessidade para a segurança e prosperidade do povo britânico nas próximas décadas”.

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