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Para Maduro, EUA fazem ´campanha´ contra Venezuela

Ministro de Relações Exteriores do país criticou atitudes do governo americano

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste domingo que os Estados Unidos iniciaram uma "nova campanha internacional" contra o presidente Hugo Chávez com o objetivo de apresentá-lo como um tirano. "Foi aberta uma nova campanha americana contra o presidente Chávez e a democracia venezuelana, para fazer o mundo acreditar que existe uma ditadura", declarou Maduro aos jornalistas. "O povo venezuelano enfrenta delinqüentes, criminosos, mafiosos. Por isso, seguiremos derrotando-os", afirmou Maduro em referência aos supostos planos americanos de intervenção na Venezuela, 5.º exportador mundial de petróleo e 4.º maior fornecedor dos EUA. Porta-vozes da Casa Branca afirmaram, na quarta-feira, que o Governo do presidente George W. Bush acompanhará de perto a forma como Chávez exercerá os poderes especiais, que o Legislativo lhe concedeu para decretar leis em 11 âmbitos, incluído o energético, durante 18 meses. Nesse mesmo dia, Bush manifestou sua "preocupação" com a anunciada nacionalização das principais empresas telefônicas e elétricas venezuelanas, e o efeito dessa medida na situação de pobreza do país. Além disso, Maduro voltou a criticar neste domingo o aspirante a subsecretário de Estado dos EUA, John Negroponte. O ministro qualificou Negroponte de "narcotraficante confesso", por ocasião da celebração oficial do 15.º aniversário da tentativa de golpe liderada por Chávez. Em uma audiência no comitê do Senado, Negroponte acusou Chávez de tentar "exportar seu populismo", e propôs promover "uma política mais robusta (na América Latina)", já que, devido ao vazio dessas políticas, "os ´Chávez´ deste mundo desempenham um papel maior do que deveriam". As complicadas relações entre Venezuela e Estados Unidos estão marcadas por constantes acusações mútuas, sobre a atitude "imperialista e intervencionista" de Washington e as "intenções totalitárias" e o espírito "antiamericano" de Caracas. Até agora, as tensões diplomáticas não prejudicaram a relação comercial bilateral, e a Venezuela continua sendo um dos principais fornecedores de petróleo dos Estados Unidos.

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