
18 de julho de 2012 | 10h48
WASHINGTON - O ministro da Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, disse nesta quarta-feira, 18, que a situação na Síria parece estar "fora de controle", ao expressar preocupação com a violência crescente e o aumento da pressão da comunidade internacional para o presidente sírio, Bashar al-Assad, renunciar. Comentários são resposta ao ataque de hoje que matou o ministro da Defesa sírio, Dawoud Rajha e o vice, general Assef Shawkat (que também é cunhado do presidente Bashar Assad), em Damasco, capital da Síria.
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"Esta é uma situação que está rapidamente ficando fora do controle", disse Panetta, acrescentando que a comunidade internacional precisa pressionar "Assad a fazer o que é certo: renunciar e permitir a transição pacífica".
O ministro das Relações Exteriores da Grã Bretanha, William Hague, insistiu que o bombardeio ressaltou a necessidade da aprovação urgente do capítulo 7, que eventualmente permitiria o uso de força para encerrar o conflito.
"A situação na Síria está claramente se deteriorando. Todos os membros do Conselho de Segurança da ONU têm a responsabilidade de se esforçar para executar o plano de Annan para acabar com a violência", disse William Hague.
Em Paris, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Bernard Valero disse que o "regime sírio não está no controle da situação".
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediu uma resolução conjunta da Organização das Nações Unidas (ONU) que interrompa a violência cada vez maior na Síria. Seus comentários vêm em resposta ao ataque de hoje que matou o ministro da Defesa sírio, Dawoud Rajha, e seu vice, general Assef Shawkat (que também é cunhado do presidente Bashar Assad), em Damasco, capital da Síria.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, convocou os principais conselheiros de segurança e inteligência para discutir a situação na vizinha Síria. "Israel está monitorando de perto todo o desenvolvimentos na Síria", disse.
A Rússia também se pronunciou sobre a violência nesta quarta-feira. O chanceler russo, Sergei Lavrov, alertou que aprovar sanções no Conselho de Segurança da ONU contra a Síria pode aumentar o apoio direto aos rebeldes e lançar o país em uma guerra civil. "Adotar uma resolução diante desse cenário poderia aumentar o apoio direto ao movimento revolucionário. Se estamos falando sobre uma revolução, então o Conselho de Segurança da ONU não tem lugar nisso."
O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que não vai ceder o poder livremente, segundo Lavrov, alertando as potências ocidentais que o apoio delas aos rebeldes vai apenas aumentar o banho de sangue na Síria. "Em vez de acalmar a oposição, alguns parceiros estão alimentando uma escalada (da violência)", disse ele. "É um beco sem saída apoiar a oposição. Assad não vai sair por conta própria e os nossos parceiros do Ocidente não sabem o que fazer quanto a isso."
Com o crescimento da violência, o Ocidente quer que a Rússia retire seu apoio a Assad. Ao lado da China, o governo russo vetou ações do Conselho de Segurança da ONU que aumentariam a pressão sobre a Síria. Mas, antes de um encontro com o mediador internacional Kofi Annan em Moscou na terça, Lavrov não indicou qualquer mudança de posição.
As forças rebeldes sírias assumiram a responsabilidade pelo ataque de hoje. No entanto, seu comandante, Riad al-Asaad, nega as alegações da TV estatal da Síria que diz que foi um ataque suicida. Segundo ele, todos que realizaram a operação estão seguros.
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