PUBLICIDADE

Para presidente egípcio, guerra antiterror serve Israel

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, disse hoje que a guerra antiterrorismo liderada pelos Estados Unidos foi desviada para servir a Israel. Num discurso televisionado para marcar o 1º de Maio, Mubarak afirmou que os Estados Unidos e outros líderes mundiais haviam prometido pressionar por um Estado palestino independente e a devolução de terras árabes ocupadas por Israel. "Todas as promessas e garantias foram ignoradas e as grandes potências preferiram concentrar-se em questões de segurança e negligenciaram seu papel-chave na preparação de uma atmosfera adequada para negociações políticas", disse o presidente egípcio, visto como uma fundamental voz moderada árabe. "Isto levou ao desvio da campanha contra o terrorismo para uma nova direção que visa alcançar ganhos políticos para Israel às custas dos países árabes e islâmicos e usar esta campanha para destruir a legítima resistência palestina contra a ocupação israelense", opinou. "O que ocorreu foi uma repentina mudança de direção da guerra contra o terrorismo que, temo, irá sacudir a fé do povo nela e sua credibilidade nos mundos árabe e muçulmano", advertiu. Enquanto isso, outro moderado-chave do mundo árabe, o rei Abdullah II, da Jordânia, disse que é "insuficiente" ter apenas uma visão americana de um Estado palestino. "Falar meramente de uma visão americana de um Estado palestino sem apresentar uma nova fórmula para se tratar a questão e sem um mecanismo e um calendário é insuficiente", afirmou ele ao Conselho do Rei, ou Senado, de 40 membros. "Temos de trabalhar para pôr fim à ocupação e para se estabelecer um Estado palestino com Jerusalém como sua capital". O rei Abdullah II deve se encontrar com o presidente americano George W. Bush, na semana que vem em Washington.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.