Para socialistas, prisão de Milosevic é trágica

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Por Agencia Estado
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O Partido Socialista Sérvio considerou hoje que o ex-presidente Slobodan Milosevic é vítima de um complô político e que este domingo em que ele foi preso é ?um dos dias mais trágicos da história? sérvia. Após mais de 24 horas resistindo à prisão, mesmo com sua casa totalmente cercada por um comando especial da polícia da Iugoslávia, o ex-ditador decidiu de entregar. Ele é acusado pela Justiça iugoslava de abuso de poder, assassinatos, enriquecimento ilícito, fraude eleitoral e traição. O deputado Branislav Ivkovic, líder do Partido Socialista no Parlamento, acrescentou que Milosevic ?não havia se rendido?, mas concordado em comparecer perante o juiz que investiga as acusações contra ele. ?Até hoje, considerava-se que, como ex-presidente, ele tinha direito de prestar depoimento em sua própria casa, mas acabamos aceitando com muito pesar que ele tenha se apresentado pessoalmente?, disse. Para Branislav Ivkovic, a decisão do ex-presidente Slobodan Milosevic de se entregar à Justiça do país mostra seu "caráter excepcional". "É uma prova a mais de que ele é honesto, um homem que respeita as pessoas que estão ao seu redor", disse Ivkovic, que se encontrava na casa do ex-presidente, no bairro de Dedinje, em Belgrado, no momento da sua rendição à polícia. Segundo Ivkovic, Slobodan Milosevic saiu de sua casa convencido de que regressaria após seu depoimento, mas o fato de ter sido conduzido para um presídio de Belgrado indica uma medida de prisão preventiva. Milosevic dispõe de um dos melhores advogados da Iugoslávia, Toma Fila, especializado em julgamentos políticos desde os tempos do comunismo. A filha e a esposa do ex-presidente continuam na residência da família, onde também permanecem agentes da política que investigam quem seriam os autores dos disparos dados no interior da residência. De acordo com as primeiras informações, a autora dos disparos foi Maria Milosevic, filha do ex-presidente, que, sofreu uma grave crise nervosa após a destituição do ex-presidente, em outubro do ano passado.

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