Para Taleban, conferência marca o fracasso internacional no Afeganistão

Insurgentes dizem que EUA e aliados abandonarão o país e culparão o governo pelas falhas

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CABUL - O Taleban nesta quarta-feira, 21, criticou a conferência sobre o futuro do Afeganistão realizada nesta semana em Cabul dizendo que a "vaga e terrível agenda" proposta no encontro mostra que os EUA e seus aliados planejam abandonar o país e culpar o governo afegão por sua derrota na luta contra a insurgência.

 

 

Representantes dos EUA e de outros 60 países se reuniram na terça-feira para apoiar o plano do presidente Hamid Karzai de fazer com que as forças nacionais assumam a responsabilidade da segurança do país até 2014. O mandatário também pediu mais autonomia para seu governo, que disse ser capaz de administrar os recursos enviados pelas lideranças estrangeiras.

 

Em um comunicado publicado na internet, o grupo insurgente disse que a conferência mostra que os EUA "perderam as iniciativas e estão inaptos a resolver os problemas no Afeganistão". O comunicado foi distribuído pelo SITE, grupo de inteligência que monitora as atividades extremistas.

 

"Quaisquer ações tomadas a esse respeito já estão fadadas ao fracasso. É evidente que, pela vaga e terrível agenda firmada no encontro, que os EUA e a comunidade internacional planejam abandonar o Afeganistão e culpar o regime fantoche de Cabul pela destruição, pela humilhação e pela derrota seguintes", diz o comunicado, referindo-se claramente ao governo de Karzai.

 

Um grande esquema de segurança armado pelo governo não permitiu que o Taleban realizasse ataques contra as comitivas e prédios onde foi realizada a cúpula. Mesmo assim, os voos do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e do chanceler da Suécia, Carl Bildt, foram desviados do aeroporto de Cabul por conta de alguns foguetes disparados.

 

O Taleban pede o fim da presença das tropas internacionais no país, que expulsaram o grupo insurgente do poder na ofensiva de 2001. Karzai anunciou o novo plano de reconciliação no início do ano, mas não houve indícios contundentes de que os rebeldes aceitariam as propostas.

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