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Para Uribe, conflito colombiano ameaça a democracia na Al

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente colombiano, Alvaro Uribe, advertiu nesta sexta-feira que o conflito armado de seu país representa uma ameaça contra a estabilidade democrática da região, por isso é preciso "a ajuda do mundo para resolvê-lo". "Enviem-nos suas armas! Eliminem seus mercados de droga... Ajudem-nos com a interdição aérea e o confisco da droga que navega pelo Caribe e pelo Pacífico", disse o mandatário colombiano ao dirigir-se à Assembléia Geral. "Meu governo tomou a decisão de derrotar o terror, de não deixar passar mais 4 anos como um novo triunfo da delinqüência nem como uma prova da vacilação do Estado e da sociedade diante da arrogância dos violentos", acrescentou, em uma clara referência às frustradas negociações de paz promovidas por seu antecessor na presidência, Andrés Pastrana. Em seu primeiro discurso perante a ONU, Uribe também criticou a ineficácia de uma resolução emitida por esse organismo internacional para confiscar contas bancárias, investimentos e bens dos que cometem atos terroristas. "Essa resolução tornou-se letra morta nos países onde circula o dinheiro que financia os atos terroristas na Colômbia", afirmou. Uribe começou seu discurso de 20 minutos enumerando estatísticas sobre as perdas humanas e materiais deixadas pelo conflito armado colombiano numa tentativa de atrair a mesma atenção internacional que receberam os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA. "Os ataques terroristas comoveram o mundo. A humanidade deve estremecer diante de atentados como o cometido por guerrilheiros em 2 de maio em um povoado de mil habitantes. Ali foram assassindas 117 pessoas refugiadas em uma igreja", destacou. Uribe voltou a apresentar o problema colombiano à audiência internacional quando assinalou que 2 milhões de pessoas estão deslocadas internamente por pressão dos grupos violentos - o que equivaleria a "deslocar as comunidades de Manhattan e Washington ao mesmo tempo". Ao oferecer horas mais tarde uma entrevista em Manhattan perante investidores, Uribe se referiu à reunião que terá em 23 de setembro em Washington com seu colega americano, George W. Bush, e com o secretário do Tesouro, Paul O´Neill, para solicitar-lhe US$ 4 bilhões. "Alguns governos vão (a Washington) pedir dinheiro após descumprir seus compromissos financeiros. Nós, não. A Colômbia nunca descumpriu seus compromissos internacionais e nem o fará" afirmou aos repórteres. Uribe chegou a Nova York na quarta-feira e pretendia retornar à Colômbia na tarde desta sexta-feira. Veio acompanhado de suas ministras do Exterior e da Defesa, Carolina Barco e Martha Lucía Ramírez, respectivamente.

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