Para Vargas Llosa, dificilmente regime cubano sobreviverá sem Fidel 

Sobre o ícone que o líder revolucionário representa, o escritor peruano disse que foi 'uma pessoa que deslumbrou' a sua geração porque 'era como um herói de um livro de aventuras', capaz de derrubar a ditadura de Fulgencio Batista

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

GUADALAJARA - O escritor peruano Mario Vargas Llosa afirmou no domingo, 28, que o regime cubano terá muita dificuldade de sobreviver após a morte do líder revolucionário Fidel Castro, ocorrida na sexta-feira, aos 90 anos.

"É como a morte de (o líder soviético) Stalin, de todos os grandes ditadores. É muito difícil que, com o tempo, o regime sobreviva ao desaparecimento do ditador", disse ele, em entrevista coletiva ao ser perguntado sobre a figura e o impacto de Fidel na história e em Cuba.

O escritor peruano Mario Vargas Llosa durante a Feira Internacional do Livro de Guadalajara Foto: AP Photo/Berenice Bautista

Durante a Feira Internacional do Livro (FIL) de Guadalajara, onde ele apresenta seu mais recente romance, Cinco Esquinas (já lançado no Brasil), o escritor opinou que Fidel era "quem mantinha mais ou menos imobilizada a estrutura (do país) e a impedia de se movimentar". "Não tem ninguém que possa substituir Fidel como o mito, a lenda ou o herói em que se transformou", argumentou.

PUBLICIDADE

Sobre o ícone que o líder revolucionário representa, Vargas Llosa disse que foi "uma pessoa que deslumbrou" a sua geração porque "era como um herói de um livro de aventuras", capaz de derrubar a ditadura de Fulgencio Batista. 

No entanto, afirmou que o personagem de Fidel Castro evoluiu desde a promessa de uma revolução "profundamente democrática" a uma ditadura comunista, um exercício de "grande oportunismo" que lhe permitiu permanecer no poder, concluiu o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 2010. / EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.